A mais recente semana passei no rio São Francisco, indo para cima e para baixo, com meu barco, documentado, dentro da Lei, pronto para submeter-me a qualquer fiscalização. Tudo pelo meio ambiente. Piranhas, mandis, pacus-caranha, mandiaçus, trairão, um ou dois por dia, não mais que isso. Douradinhos soltei todos os dias, fora da medida permitida. Dois cágados também. Surubi soltei um, mas antes fotografei-o. Feio, mas lindo para quem o pesca. Que raridade!
Mas, para minha surpresa e dos companheiros que me testemunharam, peguei um peixe raríssimo; pesado, lutou o quanto póde, mas, com a ajuda do puçá, pude trazê-lo para bordo, e quando bem o reparei, notei que era fêmea: fêmea, do tronco para cima era peixe, do tronco para baixo era mulher, humana, igualzinha à s mulheres que eu já vi quando peladas.
Abri a caixa de pesca, imediatamente, e tirei dela a fita métrica. Estirei aquele exemplar no chão do barco e medí: deu 59 centímetros. Por um centímetro a mais eu poderia embarcá-la, porém, meu senso de liberdade falou mais alto: soltei-a rio abaixo, antes que ela perdesse o fólego, pedindo-lhe que mandasse a mãe em seu lugar. Fosse um profissional, na certa ela estaria perdida. Duro é saber que ela ainda corre risco, com tanta rede espalhada no Chicão.
Doutor Aécio, tem dó, as meninas estão cruzando até com peixe...
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