Observar e imaginar são duas atitudes que o universo não distingue. E o universo sempre responde. Há uma única lei: a atração, o retorno, a iteração, o feedback, a realimentação. Tudo é criado dessa forma. O que ocorre é que há diferentes formas de se olhar para essa lei, como em tudo na vida. De certo àngulo, a questão da imaginação parece algo mágico e aos olhos dos cientistas fica não científico ou esotérico, pejorativamente falando. Porém, a lei vale para todas as dimensões da natureza, material e imaterial, dependendo da intensidade da observação/imaginação. Quando se pega só o lado concreto, material, a lei da realimentação de um "padrão original" gera um fractal. Pegue-se um triàngulo equilátero e como padrão inicial, tome-se os pontos médios de cada lado, construa-se um triàngulo equilátero invertido dentro do inicial e faça-o vazio. Restam três triàngulos equiláteros cujos lados têm a metade do tamanho do lado do original. Se nesses três triàngulos for usado esse mesmo procedimento inúmeras vezes, tem-se o famoso Triàngulo de Sierpinski. Uma folha de samambaia é construída dessa forma igualmente. Uma árvore, uma pedra coral, um brócolis, um rim, um pulmão, etc, são todos passíveis de serem gerados num computador quando se parte de um padrão original adequado. Portanto, gerar um fractal num computador é imitar a natureza. É o ser humano descobrindo os caminhos divinos da criação. A ciência dos fractais, na verdade, permite se olhar para qualquer coisa como um padrão que se repetiu muito até chegar a esse ponto. Um tumor ou uma depressão, por exemplo. Atrás dessas doenças, há um padrão original que foi repetido muitas e muitas vezes até atingir um atrator do sistema, o fractal. E esse padrão original muitas vezes começa com a imaginação, que é seu "start", seu gatilho. O lado bom da história é que esse gatilho pode ser usado a qualquer instante de evolução do sistema, mesmo quando um padrão não desejado já está formado. Nesse caso, o gatilho pode ser usado para mudar o atrator do sistema e formar outro fractal, mais coerente. E o gatilho pode ser algo concreto, como uma medicação, mas pode ser algo imaginado também. Se houver emoção em seguida, ou seja, se se permitir que o organismo sinta o imaginado, esse é o gatilho. Para ajudar o universo, entretanto, é preciso que se "force" a repetição do imaginado. É por isso que a mentalização numa meditação é um grande instrumento de cura. Do ponto de vista clássico, o gatilho existe e começou a ser aceito na ciência a partir da década de 1960, identificado como Efeito Borboleta. Na sua definição, o Efeito Borboleta é a extrema sensibilidade à s condições externas. Só não funciona quando o sistema é inflexível e se posiciona perto do equilíbrio estático, onde a lei da ação e reação é linear. Para os que concebem o universo como material e imaterial, entretanto, o Efeito Borboleta funciona também na imaginação. Para os mais céticos que só aceitam a matéria perto do equilíbrio, nada disso vale porque a realidade já está dada. Para esses, se há um grande problema, só uma grande solução pode dar conta dele, ou seja, despreza-se a não-linearidade do Efeito Borboleta e toda influência da imaginação, das meditações, das mentalizações, das orações, etc... Segundo os céticos, esse seria, se existir, o pedaço do universo regido pela religião que não tem nada de científico. É o legado de Descartes assumido tanto pela ciência clássica como pela religião clássica, já que cada um ficou com seu quinhão. O século XX veio dizer que há uma outra forma de se olhar o mundo, entretanto. É só começar a olhar para o universo dessa nova forma e vem a certeza de que tudo é padrão formado ou em formação. A realidade é formada de padrões que se repetem. E a boa nova é que esses padrões podem ser alterados a partir de agora. Em outras palavras, o que você observa ou imagina e se deixa influenciar pelas emoções, fica sendo real, se concretiza, colapsa. Parece que o melhor jeito de se concretizar uma possibilidade, aquilo que os físicos chamam de colapso da função de onda, é envolver a emoção na observação ou imaginação. Sua emoção já está dizendo o que está chegando. Este é o segredo do segredo.