Seu corpo junto ao meu, hipnose, transcendência da carne que se desintegra, suspiro dos átomos em festa, e nossa pele quente; sua, e somente seu me encontro em ti, em suas curvas, elas, perfeitas feito luvas para minhas mãos, forte, suave, sereno como o rebento da alvorada. Nesse momento não há palavras, só suspiros e o ar falta, e em ti, dentro de ti me reconstruo, e me vejo nu, simples e suspenso metafisicamente, banhado em luz, em ti, em seus olhos que me aprisiona. E seu corpo solto, pesado se afunda na cama, blando, úmido, suave pele ardente, rubro e pulsante. E nossos olhos se encontram, estáticos buscando não se sabe o que em lugares abstratos, e nossos lábios esboçam algo, mas nada sai; aqui, somente se sente. E te protejo, e cuido-te, e voltamos juntos a terra, colados, corpos em chamas, o pulso que pulsa, o coração que explode, e a alma que se enleva.
Minha menina, quão distante estará esse tempo ou esse instante?