EM UMA MANHÃ DE FORMAÇÃO
Paccelli José Maracci Zahler
Há cerca de 32 anos, tive uma discussão sobre a evolução do homem com um professor, o Padre Glicério, em uma das `manhãs de formação´ do Colégio N. S. Auxiliadora, em Bagé, RS, quando estava no Curso Científico (exatamente na transição, quando trocaram no nome do curso para 2º Grau).
Naquela ocasião, o Padre Glicério colocou em discussão o fato de sermos mais evoluídos que os animais.
Eu disse para o Padre Glicério que não éramos mais evoluídos porque essa era uma visão antropocêntrica. Nós havíamos criado o conceito de `evolução´ e nos colocamos no topo.
Metaforicamente, `o dono da bola é sempre o capitão do time´.
Nós temos algo a mais que os animais, o raciocínio, a capacidade de mudar o ambiente em que vivemos para sobreviver, mas isso não nos faz mais evoluídos. Isso é uma característica nossa, como a dos pássaros voar, os peixes mergulhar, e assim sucessivamente.
Não é preciso dizer que foi o maior quebra-pau. Eu estava contestando tudo aquilo que o Padre Glicério acreditava, pois, para ele, o homem havia sido criado à imagem e semelhança de Deus e era o `senhor da natureza`.
Para mim, é um animal como qualquer outro, porém, com a característica de que falei.
Passado todo esse tempo, meu pensamento continua o mesmo porque, mesmo sabendo que sua ação tem efeitos significativos sobre o meio ambiente, o homem não muda seus hábitos e se apega cada vez mais ao dinheiro que ele mesmo inventou.
Pergunto: isso é ser superior aos demais animais ou uma característica da espécie humana?