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Cronicas-->Poderes extraordinários -- 22/11/2007 - 12:25 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PODERES EXTRAORDINÁRIOS


Desde que passei a dar choque, tive que tomar todo cuidado ao abrir torneiras, ao pegar em maçanetas, ao esbarrar em pessoas. Era só distrair-me, alguém gritava logo.
Não conseguindo atinar nem de leve por que isto acontecia, comecei a preocupar-me. Estaria doente?... Seria, por acaso, dotada de poderes sobrenaturais?...
Muitas perguntas me passavam pela cabeça. Fosse lá o que fosse, era preciso saber. Em caso de doença, devia ser tratada. No caso de poderes extraordinários, por que não desenvolvê-los? Quem sabe eu não seria capaz de proezas ainda maiores?... Já pensou?
O mais certo, porém, é que fosse doença. No entanto, como explicar tal fenómeno ao médico? Ainda mais na França, o que é que eu diria ao doutor? Faltaria-me vocabulário... Teria que dar-lhe sardinhas para que compreendesse meu drama.

Pensando em tudo isso, achei mais prudente conversar primeiro com médicos brasileiros, meus vizinhos lá na Casa do Brasil. O primeiro que encontrei foi o psiquiatra carioca. Contei-lhe o caso. Ele refletiu um pouco e recomendou-me fazer um exame de subconsciência. Pondo a mão na consciência, certamente eu descobriria os motivos que me levavam a divertir-me tanto em dar choque nos outros. Quanto aos choques que eu mesma levava, deviam ser uma forma que, subconscientemente, eu encontrara para redimir-me de minhas faltas. Só meu subconsciente poderia dar-me as respostas.

Achando muito difícil tal procedimento, resolvi conversar com outros médicos. Foi então que encontrei o gastroenterologista gaúcho. Este achou que eu andava abusando um pouco dos vinhos, tão gostosos, não é mesmo? Fui obrigada a admitir que gostava sim. É, mas não devemos misturar queijos fortes com vinhos, comer camembert ou roquefort junto com bebida é um veneno! E tem mais. Acho que você e seu marido andam tomando uns traguinhos na calada da noite. Ouvi dizer que receberam um garrafão de cachaça vindo do Brasil... é verdade?

Nessa mesma noite tomei um porre daqueles! Misturei vinho tinto com camembert, enchi a cara de cachaça e distribuí sardinhas chocantes a quem veio perturbar-me a paciência.

Sem saber o que fazer, continuei chocada e chocante, chocando a todos que de mim se aproximavam. Nestas alturas, só mesmo os desavisados se aproximavam. Os outros, aqueles que sabiam da história, sempre mantinham uma certa distància ao conversar comigo.







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