Quando te vi pela primeira vez senti, não sei bem o que, apenas senti algo, coisa inexplicável, assim, sem sentido, apenas um sentir forte e fundo, dentro, o que dizer, digo, profundo. E sua beleza me sublima quando em seus olhos me vejo refletido, e em seu coração me vejo impresso. Ah, e só sentir. E foi tomando conta, lentamente, e quando percebi, tomado estava por você. Quando em contato contigo meus átomos balbuciam, e todo meu ser se entrega. Coração em chamas quando com olhos nos olhos dizemos nossas coisas, nossas verdades, o que de fato é, nunca mais o que foi, e o que será, é nosso. Não sou mais um, sou mais, plural, somos nós. Minha menina que possui algo que se encaixa em mim, como um quebra cabeça perfeito, hermeticamente milimétrico, e de uma profundidade que se desfaz no simples toque, e mais humanos ficamos, logo, no próximo instante, seres abstratos nos tornamos. E o canto do mundo se torna audível, e o sonar do mesmo emudece pelo bater estrondoso de nossos corações unidos. E quando nossos corpos relaxam, sabemos, a união não é aqui, é ali, é além. Inexplicável, imensurável, que entorpece a alma, eleva a carne da matéria, e em espirais mágicos subimos e bailamos no ar nossa dança absorta; contemplativa em tudo que seja eu e você. Quanto tempo esperei por ti? Quanto tempo mais esperaria? Até a eternidade...
No mais, sempre mais. Sem freio, rédeas, de mãos dadas pro infinito, ali poderei olhar-te, minha menina, e dizer que dentro e fundo tudo que pulsa em mim só pulsa por ti, e tudo que se resume em mim submerge em você, e tudo que finda em mim principia em você.