É maior que eu, cospe sobre meu minguado controle, ri de minha patética relutància, esnoba meus muros pseudo-intransponíveis; e me domina, completamente. Aí começo a agir feito um idiota. Culpa do amor, essa porra louca delirante que só sabe sentir quem está realmente preparado e acima de tudo; atento. Ai não existe palavra, não existe distancia, não existe nada, nem teorias, absolutamente nada que impeça, porque dentro e fundo tudo está contaminado e encharcado dele. Mas o amor também nos prega peças. Ficamos meio desregulados, ta certo, os olhos brilham, mas quando a onda passa, nos achamos meio patéticos, mas também humanos, ainda mais quando lutamos tanto, vivemos em função, vivenciamos a fundo; e nada. O amor é feito de explosões, larva que corre pelo corpo, quente, coração entrando em combustão, não tipo água um pouco mais que morna pra fazer o chazinho das 5. Já dizia um zé ninguém chamado Platão que o amor não passa de um grave distúrbio mental, imagina a brilhante frase que diria o mendigo que habita o viaduto mais próximo. Pode ser, não duvido. Ficamos idiotas mesmo, cegos, flutuando com um sorrisinho fixo na cara. O amor é imenso, mas nunca infinito. Alimente-o, fortaleça-o, agarra-o á mão de ferro, beija-o, faça amor com seu amor todo dia, mesmo que em pensamento, defina-o, se orgulhe, se prepare, fique sempre atento ao detalhe, ame-o como ele deseja ser amado, como ele merece. Não jogue dados com ele. Não jogue cartas com seu amor. Nunca deixe nenhum resquício de dúvida, acrescente tempero, fogo, deixa entrar em fervura, deixando seu orgulho de lado, seu ego mofando no armário e corra atrás de seu amor porque senão os dias não passarão de uma sem graça somatória insensata de minutos.