E as pessoas me vêm com suas fórmulas mágicas de felicidade. Desesperadora, incoerente, inocente, e dizem, pateticamente, serem duradouras. Tudo o que fazemos é uma busca incessante pela tal felicidade. E, pra mim, isso é que importa, a busca da mesma, e nunca sua conquista, mesmo porque depois que a conquistamos, por um motivo ou outro, já estamos procurando o caminho pra outro tipo felicidade, ou outro motivo pra tal. Sempre o que temos são lascas de felicidade, pequenos momentos, e sua busca, sua procura que dá sentido a suas pequenas sensações de conquista. Uns se dizem felizes por pagar as contas. Outros por ter Deus no coração. Outros por transar com 2 meninas diferentes na semana. Outros por uma viagem, filhos, chocolate. O que interessa é a busca, não sua conquista, mesmo porque nunca estamos contentes com porra nenhuma. A felicidade imbeciliza. Tal como a paixão. Entorpece e cega, aí ficamos ali, sorrindo o sorriso patético submetidos a uma felicidade passageira. E passa, sempre passa. E lá vamos nós correr atrás da felicidade como um produto viciante, vicejante. Proporcionamos-nos cápsulas felizes com dosagem homeopática. E tem gente que ainda reclama. A felicidade em si atordoa, não faz pensar, apenas sentir. Mas um sentir sem muito sentido, apenas um sentir vago, que vai lentamente se escoando pelo ralo, como areia num coador.
Contentamos-nos com muito pouco, e o final das contas, pouco nos contentamos.