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Cronicas-->Lhasa Tibet !!!! -- 19/03/2008 - 15:53 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lhasa, Tibet. Testemunho vivo de um tempo que se foi, tragado pelo pragmatismo de nossos dias de pouca retidão. Vão dizer que sou louco, vão dizer que sou contra o progressismo, que defendo causas perdidas, que advogo o Caos. Em Lhasa, o tempo que se foi não volta há cinquenta anos. O tempo era urdido nos mantras dos monges, com suas vestes ornadas de ouro e púrpura, seus rostos concentrados na palavra que exprime a universalidade. No teto do mundo, a poucos era confiada a sabedoria de milênios, encerrada em segredos e em livros que passavam cuidadosamente de geração em geração. Era gestada ali a consciência do planeta, em suas múltiplas formas. Tibet, o teto do mundo e seu ar rarefeito que só os aclimatados suportam, em sua tênue capa que cobre a cidade e seus telhados cheios de neve. A Cidade Dourada. Lhasa, a cidade dos deuses que somos nós todos, no coração do Buda, nos cànticos entoados em meio ao perfume dos templos grandiosos, no silêncio respeitoso da multidão que ouve absorta os sinos ecoarem nas montanhas.

Lhasa, cidade que resiste hoje como há quarenta e nove anos, a cidade que se recusa a perder a alma, um povo que não quer perder a identidade cultural e a herança de um passado remotíssimo. Vão dizer de mim que sou um estranho, quem sou eu para ofender um gigante que se avoluma, quem sou eu para me contrapor a uma sombra que tolda toda a Ásia, com suas garras envoltas em um mercenarismo político e num capitalismo disfarçado que se traveste de socialismo utópico? Afinal, não é a pura verdade? Ou apenas Lhasa é um punhado de bastardos filhos de uma terra inóspita, lúgubres traidores da marcha irrefreável da grande Pátria Mãe Chinesa?

Eu sei como seria resistir a um opressor poderoso. Em nosso país, há mais ou menos vinte anos, caiu a ditadura que nos esmagava as liberdades democráticas. Até então, o comportamento se repetia aqui como de forma nauseante se repete lá: Os países variam, as posições geopolíticas tergiversam mas a linguagem da violência é uma só, em todas as épocas, sob todos os matizes, desde Gengis Khan a Hitler, passando por Napoleão e Bush. Um mundo que oprime um país como o Tibet não merece mais do que uma punição avassaladora vinda de cima, numa avalanche cósmica de neve vinda de um astro fumegante, porque punir um povo pacífico que não faz mais do que orar pelo bem da Humanidade não deixa de ser um sacrilégio, justamente porque o que se faz lá ameaça a falta de consciência do Urso Polar Asiático que cada vez mais desafia a comunidade internacional, sendo a próxima superpotência a estrelar o céu de nosso exaurido planeta de recursos limitados. Aonde isso vai dar, eu não sei, mas temo não estar vivo para ver o desfecho...

Lhasa, que nossos olhos vejam o que seus habitantes vêem e que resista o povo aos engodos da falsa democracia social tão propalada pela Camarilha que governa o Monstro. Que seu destino se confunda com os nossos, em sua marcha pelas ruas frias da cidade glacial, num desafio franco ao poder das armas que asfixiam sua livre vontade e sua eterna chama espiritual.

Por um Tibet livre!
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