Dia desses, um domingo chuvoso na praia (já viu pobre ir pro litoral e não chover?), tava eu meio deitado, meio encostado, meio morto lendo um livro aí. Merecia algo melhor, mas o livro até que tava bom. De repente a patroa me liga a televisão, passando na tevê uma banda que eu pensei que fosse o Raimundos, pelo som. Não havia visto as imagens ainda. Não era. Olhei melhor, me pareceu o Charlie Brown Jr. Não era. Fiquei uns minutos pensando em quem eram os caras, até que as famosas letrinhas me indicaram um tal de "Tihuana". Pensei, os caras devem ter feito por merecer prá estar no palco da "Grobo" num domingo de tarde enquanto eu lia "Estação Carandiru".
Pensei na qualidade (ou ausência dela), em termos musicais, sobretudo técnicos, de todas as bandas que andam pela televisão, não só nos domingos. Pensei também nas que andam pelas rádios, revistas, jornais, minha mãe não perde um Jornal Nacional há anos, mas por lá não circulam muitas bandas.
Quando se vê uma banda na mídia, sabendo-se da infinidade de músicos que existem em todo o mundo, a primeira coisa que se pensa é que eles estão ali por merecimento: seu som é bom, tem qualidade, merece estar no mercado. Não só a banda merece oferecer sua música, o povo também merece ouvi-la.
"bom xi bom bom bom bom bom"
Pensei que eles merecem mesmo. Anos de uma história pessoal e coletiva são necessários para isso. Anos de estudo, ou falta dele, uma história particular e pessoal cultural, tudo isso faz da música brasileira o que ela é, ou melhor, faz do público o que ele é. As bandas não são uma merda, não tem culpa de nada. Cada público tem o "bom xi bom bom bom bom bom" que merece.
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Pela pedra...
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