Hoje acordei de meu sonho cáustico. Mordaz, acordei sarcástico. O vento sopra do lado de fora e dentro queima feito brasa. Meus olhos, de um rubro tingido, sangram. Minhas lágrimas não tem sentido, muito menos importància. Eles olham e riem. Só vêem carcaça. Sou minhas sobras, escondo o raro e o que importa. Para vocês, tomem meu vómito e minha desobediência. Hoje acordei de meu sonho cáustico e chorei lágrimas de aço. E eles continuam rindo, não sei de que, nem eles, talvez. Minhas repugnàncias, todas, habitam suas palavras torpes. Já não me atingem. Eu gritei por elas um dia, mas finalmente levantei de meu sarcófago quando acordei de meu sonho cáustico. A brisa já não me importa, nem qualquer tipo de poesia, nem essa distància repleta de esbarroes cegos. Eu só acordei de meu sonho cáustico.
T.S.H.