Desejo cada centímetro de seu corpo pequeno. Desejo observar-te de todos os àngulos e me apaixonar submerso em cada um deles. Imagino nossos corpos tão sequiosos deslizando entre os lençóis, nossa dança, lenta e suave, o mundo devasso, em transe, eu e você, minha amada, serenos, além dali, além, acima, transitando só entre nós, as mãos que puxam, lábios que deslizam, pernas que se encaixam, quadril, baile harmónico, escutando suavemente nossa música interior, o bater eufórico dos dois corações buscando ser apenas um, entrar em nossa órbita e desde ali observar seus movimentos, sua cadência, sua essência e me transformar em algo imaterial. E você, minha Pandora; descubro-te, te desejo, venero-te do meu jeito todos os seus jeitos, como olha, como anda, fala, canta, como dorme; em silêncio, observo-te minha amada.
Do alburno de seu ventre brotam folhas de um verde cintilante. E eu, que de flor só tenho a cor de mármore, renasço. Você me trouxe luz, flores, algo de esperança e itens pra enfeitar meu pescoço. Você é meu caminho, e nele farei em certos momentos, chuva, para dançarmos baixo água, nele farei brisa pra acalmar seu coração, que como meu, nunca pára, nele farei das pedras, esferas polidas para que possas andar sem quinas, e de mãos dadas a você deixarei que me leve, leve, sem medir os próximos passos, olhando o céu, as estrelas, a chuva que cairá em certos momentos.
Só posso dizer que te amo e prometer que farei de sua vida minha principal poesia vivida.
T.S.H.