Ele trabalha na Fábrica de Carrocerias Nielson em Joinville.
É Representante Comercial da firma e tem as maiores regalias com os diretores. Um veículo da empresa fica a sua disposição, o qual, ele guarda em sua casa. Faz horas extras à revelia. Traz todos os comprovantes dessas horas xerografadas, com a intenção de no futuro, se a Empresa se negar a pagar, ele entrará na justiça para receber uma enorme bolada.
Vamos dar um nome fictício ao pelego, Renê.
Quando a empresa entrou em greve, por melhores salários, Renê, "solidário", ficou à noite matutando o que faria para não entrar em conflito com seus colegas de trabalho. De manhã, bem cedinho, as 5:30 hs, saiu de sua residência, com o carro da empresa. Como o destino arma as suas peças, na AV. Celso Ramos, Renê encontra Ariovaldo, um piqueteiro de 1a linha.
Ariovaldo tranca o carro de Renê e faz a pergunta fatídica:
- Onde estás indo?
- Estou levando o carro para a Oficina do Cacae.
- Que coincidência, eu marquei com ele de deixar o meu as 6 hs e ele vai me levar na frente da fábrica. Podes ir conosco.
- É... Na verdade eu estou indo para Jaraguá fechar um negócio para os Diretores.
Renê ouviu bastante impropérios impublicáveis.
Depois do ocorrido, Renê já decidiu: No próximo ano, quando chegar o dissídio coletivo ele vai propor na assembléia, que ele chama de reunião da classe trabalhista, que os piquetes sejam terceirizados, porque aí ele podi ir e vir na fábrica sem ser reconhecido.
