Somos sós, e a tendência é que continuemos assim, se não piorar, pois o medo de envolver-se e sofrer, faz com que nos sintamos mais seguros, sem envolvimentos.
Envolvimentos significam mostrar-se, envolver-se, comprometer-se, abrir mão de sua individualidade, sem ter a certeza de que a outra parte fará o mesmo.
E isso nos assusta tanto, quanto o desconhecido, aquilo que não temos poder para controlar.
Mas eu penso que ainda há tempo para mudar esta situação, há tempo de perdermos o medo do envolvimento e nos abrirmos para o mundo e para as pessoas.
Quando aprendermos que não somos perfeitos, nem os outros, e respeitarmos isso em nós e nos outros, talvez, somente talvez, consigamos ver a vida de outra forma, do que encontro fortuitos, sem amanhã.
Quero amanhã, e depois, quero café da manhã junto, quero discutir a política, os meus problemas, quero dividir minha cama, quero sentir o calor de um corpo ao lado do meu.
Quero dividir seus problemas, sem resolve-los, apenas escutar e quem sabe dizer uma palavra de alento.
Quero sentir o carinho de alguém segurando minhas mãos, acariciando meu rosto, olhando-me com carinho.
Quero passear com as mãos dadas, conversando sobre bobagens, ou sobre a paisagem, o presente e o futuro.
Quero me abrir para que o amor possa adentrar, quero alguém que abra para mim.
Não quero a solidão a dois, esta eu prefiro só.
Quero meus momentos de liberdade e dar a mesma liberdade ao meu companheiro, sim, companheiro é a palavra que define bem quem eu quero.
Não precisa ser uma coisa que não possamos respirar, ao contrário, que o respirar faça parte do relacionamento.
Quero que a individualidade seja respeitada, mas dividida com carinho e amor.