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Cronicas-->O dia da colheita -- 14/02/2001 - 17:49 (ANNA WALESKA RODRIGUES MAUX) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Há dois mil anos, quando o povo celta festejava o fim do verão e o inicio das fartas colheitas, começava a tradição de se comemorar o dia das bruxas. Dia 31 de outubro era a data atribuída ao encontro dos mundos físico e espiritual, ou o dia das almas.
Hoje, pessoas vestem-se sombriamente e saem pela noite procurando diversão e prazer, mas ninguém fala sobre a tradição. Poucos sabem quem são as verdadeiras bruxas. Aliás, todas nós mulheres somos bruxas em potencial. Temos o ventre, a fertilidade. Curamos as dores de nossos homens, sejam eles filhos ou amantes. Criamos e procriamos a espécie humana. Porém, poucas de nós temos consciência disso.

Bruxa gosta das ervas, dos chás, das dunas e antigas runas . Lê o Taró, fala com o mar e apaixona-se pelo zen, pelo bêbado e pelo espiritualista. Ama todos e nenhum deles.
Nossa ligação com a terra é divina. O velho caldeirão virou panelas de feijoada que temperamos amorosamente para a família.

Depois de implacavelmente perseguidas pela igreja, somos perseguidas, agora, pela violência física, pelo preconceito, discriminação e machismo.
Mas o dia da colheita existe. E neste dia, estamos férteis, intuitivas. Saudáveis e de bem com a vida. Já não importam as reclamações do sexo oposto, as birras da professora, os problemas da vizinhança. Já não importa se aquele homem maravilhoso de nome grego não se permite ser amado. Somos mulheres. Maduras. Essência e perigo.

De joelhos à beira-mar, oferecemos o corpo à mãe terra. Respiramos sal, lambuzamo-nos de mel e partimos prontas para nova cavalgada.
Nossos homens que nos perdoem, mas somos gostosas demais. A delícia que Deus criou. A cabeça da grande mãe. O óvulo que insemina a humanidade.
Mas somos choro também. Sentimos a água salgada banhar a face em dias de perda. Dias em que desistimos de amar alguém.

Se os homens fossem mais inteligentes, estaríamos perdidas, aprisionadas.
Portanto, machos de plantão continuem assim. Instintivos e carentes. Indecisos e na busca eterna por algo que nunca virá. Enquanto isso, fazemos nosso Halloween.


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