Fazendeiro, muito rico, colecionava perissodáctilos. Só não tinha certa raça.
Com o passar do tempo, descobriu que seu vizinho tinha esse cobiçado e pretendido animal.
Assim, atazanou-o até conseguir comprá-lo. Fez a transação, meio dificultada por causa do preço alto, e transportou-o para sua propriedade.
Meses depois, o cavalo adoece com severidade. Remédios costumeiros não adiataram. Tratamento mais simples também não. Chama o veterinário, que, após minucioso exame, confirma:
- Está com virose.
Prescreve medicamento e recomenda:
-- Precisa tomar esta fórmula durante 3 dias. No terceiro dia, retornarei para verificar como se comportou. Caso não esteja melhor nem demonstre sinal de possibilidade de recuperação, será necessário sacrificá-lo.
Num cantinho, sujo e enlameado, porco de criação, quase no estado de abate, tomava água turva e ouvia toda a conversa.
No dia seguinte, trabalhadores deram-lhe o milagrosso medicamento e foram embora. O porco, que a tudo assistia impressionado, se aproximou do cavalo e disse:
No outro dia, repetem a dose e procem do mesmo jeito.
O porco, já precavido, se aproxima do cavalo e sentencia:
-- Vamos lá, amigão. Levante-se. Do contrário você vai morrer! Escutou bem o que lhe prometeram, não é?! Vamos lá, ajudo-o a levantar-se... Upa! Vamos, vamos.
No terceiro dia, semelhante proceder: dão-lhe o medicamento e aguardam o veterinário que tarda, mas chega a tempo. Examina-o e confirma a profecia:
-- Infelizmente, teremos de sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.
Quando foram embora, o porco, que já desconfiava daquele pessoal e se protificou a ajudá-lo, se aproxima e determina:
De repente o dono da fazenda chega e nota o cavalo correndo no campo; grita:
-- Milagre! melhorou.
Isso merece uma festa... Vamos matar o porco, que está passando de bom para churrasco.
Moral da história:
Isso acontece, com frequência, no ambiente de trabalho e no meio dos chamados "amigos".
Nem sempre os chefes percebem ou os companheiros observam quem é o funcionário ou colega que tem o mérito do sucesso.
Saber viver sem ser reconhecido é mais do que arte, uma graça que nem todos conseguem obter. Afinal, quantas vezes fazemos o papel do porco amigo, ou quantos já nos levantaram e nem o sabor da gratidão puderam receber?
Se algum dia, outrem lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional. Escute e reflita. Não dê resposta; porém, se lembre:
AMADORES CCNSTRUíRAM A ARCA DE NOÉ E PROFISSIONAIS, O TITANIC.
Procure ser pessoa de valor, em vez de ser elemento de extraordinário sucesso.
Quem produz por vaidade e desejo de aparecer pode experimentar a decepção de concluir que outros fazem até melhor, sem igual procedimento.