Quando nasceu, a estrela da manhã brilhava imponente no firmamento. Cresceu rodeado por todos os cuidados e foi polido, dia após dia como a pedra mais preciosa.
Nos estudos não chegou a brilhar conforme as expectativas dos outros. Dava para o gasto. Nas profissões escolhidas apenas conseguiu sobreviver com salários quase dignos. Nos relacionamentos não chegou a encontrar a felicidade tão sonhada. Mas fez o que foi possível para parecer que assim fosse. Tinha nos olhos e na alma um brilho todo próprio, o que lhe fazia viver com muita intensidade. Tinha sonhos e ilusões como todos têm mas jamais se empenhou em construir castelos nas nuvens. Os pés sempre estavam no chão e pouco importava quem dele gostasse mais ou menos. Queria sim era brilhar no seu espaço, independente dos paradigmas que o cercavam. Passou pela vida como a maioria passa e quando partiu, decepcionou logo de cara os "papa-defuntos" porque seu pedido era para ser cremado e suas cinzas atiradas ao mar.
A mulher e os filhos atenderam prontamente o primeiro pedido. Já o segundo, acharam uma ofensa em contribuir para a poluição. Decidiram transformar suas cinzas num belo e brilhante diamante. Acertaram em cheio! Brilhar era o sonho dele e agora, poderia brilhar e eternizar-se. Porque dizem que "só os diamantes são eternos" - depois da alma humana, é claro. Hoje, segue brilhando num belo pingente que a viúva faz questão de usar diuturnamente. A vida passa, os homens partem. A maioria se consome pela própria Terra. Outra parte, se permite ao vento carregar suas cinzas e alguns hoje, podem se dar o luxo de virar um "diamante humano". A ciência de tudo é capaz mas só a divindade é quem pode avaliar nosso brilho durante esta rápida passagem por este estágio.
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