Hoje compreendi perfeitamente. Que embora alguns amem loucamente, outros convivem com o descaso, de um caso, de um relacionamento. Esse amor de filme, de livro, de novela. Eu nunca vi, nem vivi. Como posso dizer se existe, quando a vida insiste em dizer-me o contrário. O casamento revela sua face, no dia a dia, no cotidiano, na rotina da semana. No cansaço, na falta de abraço, no beijo dado há mais de um ano. Esse amor eu não quero. E não me desespero. E espero pacientemente, que a vida um dia me surpreenda, com um sentimento arrebatador. Que eu possa chamar de amor. E que supra todas as minhas vontades e carências. Mas até lá... Paciência!
Hoje compreendi perfeitamente. Na frieza das suas palavras, no olhar tão distante. O quanto não sou importante, o quanto me sinto infeliz. Não aceito minha vida assim. Recuso-me a suportar a sua falta de sensibilidade. A verdade é que o seu olhar jamais olhou para mim. Não quero a sua comodidade, nem a praticidade de um casamento de fachada. Não vou mais ficar calada, nem chorar pelos cantos. Não vou adoecer de tristeza, achando-me sem graça, sem beleza. Acho que chegou o fim. Infelizmente digo que sim.
Hoje compreendi perfeitamente. Que o meu caminho não é esse. Não tolero mais o seu desinteresse por tudo o que me trás um pouco de felicidade. Não vou achar que por causa da idade, a vida perdeu seu valor. Que nada, meu caro! Não importa o tempo que se tenha. O que vale mesmo é a vida que se vive no tempo que se tem. E a minha vai valer a pena. Se alguém hoje me condena, por algo que fiz ou deixei de fazer, só me resta responder com toda a minha dignidade: De que me importa viver se não for para sentir um pouquinho de felicidade entrando todos os dias pelas frestas da minha alma? De que me importa sonhar se não for para acreditar que um dia algum sonho vai se tornar realidade? De que me importa você, se não for para me fazer uma pessoa melhor e mais feliz? Nada é mais importante agora, do que acreditar em mim mesma. Disso eu tenho certeza.