Por Paulo Carvalho Espíndola, Coronel do Exército (Reformado)
É a expressão preferida do presidente do Brasil, na sua retórica demagógica.
Subjetivamente, porém, ao espezinhar a Gramática, no desconhecimento do emprego dos pronomes demonstrativos, Luiz Inácio demonstra, claramente, não saber onde está, afora não ver nada e não saber de nada. Não é "nesse" país, Exmo Sr Presidente, mas, sim, neste Brasil que gostaríamos de ver realizadas as maravilhas do seu discurso.
Por certo, na sua desorientação encontra-se a origem de tudo. A certeza é a de que V Exa refere-se a uma terra hipotética - a terra dos seus delírios -, que respira emanações de ebriedade coletiva. Neste Brasil, entretanto, não enxergo razões para muita euforia, ao menos enquanto países como Azerbaijão, Etiópia, Quênia, Zimbábue, Coréia do Norte, Cazaquistão, Cuba, e mais trinta outros merecem mais medalhas do que nós.
"Nesse" país de V Exa, certamente, cento e noventa milhões de habitantes comporiam uma delegação olímpica que traria dezenas de medalhas de Pequim. Das Silvas e Dos Santos seriam nomes assíduos nos pódios olímpicos, pois que seriam formados, muito bem nutridos, em escolas públicas prenhes em educação desportiva, educação moral e cívica e com o apoio do Estado para o desempenho de atletas e de equipes. Todos eles teriam aprendido a cultuar o Pavilhão Nacional e a cantar o Hino, bradando com entusiasmo, cheios de ouros no peito: Terra adorada, entre outras mil, és tu, Brasil, ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Teriam eles, antes de tudo, heróis, entre os seus antepassados, do tipo de Lamarcas, Marighellas e quaisquer outros daqueles que V Exa sugeriu para o panteão dos "estudantes" da UNE.
Não é este, porém, o país que V Exa preside.
Neste, cento e noventa milhões de brasileiros contentam-se com mirradas medalhas de bronze, com um medíocre ufanismo. Os jornais destacam em manchetes "Somos o país dos tatames", valorizando atletas solitários, que conquistaram brilhos de muito valor pessoal, por sermos, fundamentalmente, país de pouquíssimos tatames, de raríssimas quadras e de pistas de atletismo contadas em poucos dedos neste imenso território. Detêm medalhas brasileiras atletas que suaram o melhor dos seus suores e ostentam mérito porque são o produto, unicamente, de sua determinação e coragem, todos sem nenhum apoio dos que com eles, cinicamente, tiram fotos em gabinetes oficiais de Brasília.
Este país acaba de perder mais uma medalha de ouro - aquela que nos falta no futebol masculino - frustrando a pátria das chuteiras. De tudo temos que tirar boas lições. Imaginem a foto de Lula com a equipe de Dunga, laureada com o ouro olímpico? Na certa, o Desorientado diria que "nunca nesse país" tivemos conquista igual. Foi uma benfazeja derrota do "nosso guia", acredite, povo brasileiro. Das derrotas também advêm vitórias, de todos nós. Creiam, foi melhor assim do que ver Lula arrotando a grandeza desportiva que, infelizmente, está muito longe de nós.
A Olimpíada da China enriqueceu-nos, sobremodo, acerca da cultura dessa grande nação asiática.
País dos dragões, uma das curiosidades vindas de lá é a diferença entre o dragão imperial e o dragão comum: o dragão imperial tem cinco dedos. Notável!
Isso explica tanto êxito dos chineses, embora a carência de liberdade. Por aqui vivemos no império dos quatro dedos, eficazes, no entanto, na rapina e no desprezo pela verdadeira democracia, quase, muito quase, como lá. Imaginem se o nosso imperador tivesse cinco? Seria muito mais rapina e nenhuma liberdade, pois da fartura de uma e da ausência de outra é que se nutrem os ditadores vermelhos.
Queira Deus, oremos, disso tudo virá o albor de novos tempos, pelo menos no futebol, pois a era Dunga, definitivamente, parece ter chegado ao fim. Assim espero, ardentemente, ávido para ver a nossa gente deixar de ser cento e noventa milhões de volantes defensivos e partir no rumo dos nossos gols consagradores.
O diabo será se, em 2010, este nosso país for hexacampeão na copa do mundo, se tudo continuar como dantes no quartel de certo Abrantes, dono do poder.
Alguém da estrela vermelha dirá, se não for Lula mesmo, que: nunca "nesse" nunca país houve uma "cunquista" igual, porque "nesse" país não há "pobrema" que os "cumpanheiros" de chuteiras não resolvam!
Tudo depende de nós, deste país.
Comecemos, pois, a estudar Gramática.
Será um começo, já que só a educação e o voto consciente redimem um povo.
Que esta Olimpíada marque a nossa reviravolta, para que um dia, oxalá, possamos dizer com o mais verdadeiro ufanismo:
NUNCA NESTE PAíS FIZEMOS TANTO, A PARTIR DE UM CHUTE CERTEIRO.