A aposentadoria deveria ser uma premiação pelo tempo de trabalho prestado pelos trabalhadores, mas infelizmente não é isso que acontece.
O contestado índice previdenciário - IP - corrói os depósitos dos aposentados que contribuíram durante trinta ou trinta e cinco anos com a previdência e deixa a clara e evidente a incapacidade pública em gerir recursos para pagamento de "uma obrigação governamental".
A triste realidade é saber que os contribuintes são penalizados com desculpas matemáticas e atuárias que não podem ser demonstradas. E mesmo que existam tais dificuldades no cumprimento desses pagamentos devidamente atualizados, os brasileiros aposentados ou que estão se aposentando não são culpados pelos descabidos rombos existentes no INSS.
A falta de um bom gerenciamento anterior com o mau uso do dinheiro arrecadado não pode penalizar as gerações que contribuíram com os recursos obrigatórios descontados na folha de pagamento, fonte da arrecadação previdenciária.
Por outro lado existem os privilegiados que se aposentam com pouquíssimo tempo de serviço, recebendo valores que são verdadeiros prêmios lotéricos. Esses poucos representam mais de 70% dos valores pagos, enquanto os 30% restantes pagam a grande maioria dos aposentados injustiçados.
Os inúmeros casos de ações judiciais contra o INSS raramente são julgados antes da morte dos beneficiários e quando são julgados dificilmente os juizes dão ganho de causa aos requerentes, pois as leis favorecem a defesa dos advogados da Instituição.
Sentimo-nos desprotegidos, injustiçados e nada mais podemos fazer para reverter tal situação, pois dependemos do Congresso Nacional cujos congressistas fazem parte da minoria privilegiada que se aposenta com valores que lhes permitem continuar com a tranquilidade de saber que não lhes faltarão recursos para manutenção do alto padrão de vida.
No Brasil, ser aposentado representa receber uma condenação com sofrimento. Os míseros reais recebidos pelos aposentados do INSS não pagam sequer as despesas com médicos e medicamentos, pois a inexistência de uma política eficaz de saúde pública faz dos Planos de Saúde (seguro-saúde) um negócio dos mais atrativos e lucrativos existentes no país.
Mesmo aqueles aposentados que ainda conseguem pagar esses planos de saúde que só beneficiam os mais abastados são contemplados com aumentos abusivos, e, com o passar do tempo precisam abdicar desse benefício por não conseguir acompanhar o índice de aumentos por faixa etária e reajustes dos índices permitidos por lei específica.
Para completar, sabemos que a voz dos aposentados do INSS não ecoa nos gabinetes ministeriais e a representatividade dos que não mais produzem têm pouco ou nenhum peso político.
Sou esperançoso que os mais jovens contribuintes consigam "abrir os seus olhos" e procurem mudar essa situação caótica, pois eles certamente envelhecerão e serão os aposentados do futuro.
...E posso garantir: Esse futuro chega com a rapidez de um relàmpago!