O ar fresco do campo, a poesia das ondas de ar agitando as copas das árvores, o pio do gavião acima do vóo das outras aves canoras.
A sonora caminhada do Homem do Campo, seus pés fincados ao mais chão de todos os solos, como garras ou raízes fundas, de onde brota a ígnea porção que lhe cabe:Em frutos, tubérculos, folhagens, flores de diversos matizes e lindas cachoeiras de aromas e diversas espécies de animais abrigados na floresta de seu coração.
Onde se esconde o segredo de tal felicidade?
Na ausência dos ares impuros da grande metrópole, a cidade que espera os frutos de seu trabaho?
Na galharia de ramos que sai de seu braços laboriosos?
De onde vem o ar de realização deste homem que caminha impoluto nos caminhos escolhidos pela Natureza?De onde vem tal sorriso que acompanha os passos da caminhada do campesino, do reles mortal que tira de seus braços a seiva que alimenta os frutos de sua longa caminhada? Resta examinar com olhos de lince de onde brota esse sonho perene.
Eu não sei, só observo, sempre fiz isso a vida toda. Queria poder caminhar como ele, os profundos pés ligados à Terra que gira em torno do Sol que pertence a uma galáxia que se concentra em um mar de estrelas mas que, no fundo, se espelha no lago, onde o Homem do Campo, sedento, mitiga sua sede com um espelho de seu rosto.
Caminha o Homem do Campo, sonhando com o infinito ao elevar os olhos e mirar as estrelas que nascem ao fim do dia, eivadas de reflexos e rebrilhantes, miragens de seu dia intenso. Caminha esse homem imenso com sua alongada sombra, que o sol poente agiganta nas beiradas das colinas que abrigam seus quietos passos.