Existia um Coração que andava triste e angustiado. Não sabia mais o que fazer para aliviar a sua dor. Andava deprimidO, chorava sem parar.
Este se encontrou com o medo, com a dúvida, com o desespero até. Mas de nada resolveram para ele.
O medo lhe disse: "cuidado, você pode se ferir ainda mais, não faça, não vá. Não continue."
E o Coração permanecia imobilizado.
A dúvida disse: "não sei, será mesmo que vale a pena? Será que você consegue superar um não? Será que você consegue prosseguir num sim? Não sei, não sei o que você deve fazer."
Confundindo ainda mais o triste Coração.
E por fim, o desespero se apresentou: "você ainda não foi? Você ainda não fez nada? Isso é loucura, ficar parado sem nada fazer, sem nada querer. Ou melhor, fique, não faça nada, espere que tudo aconteça... não, não, continue sim, vá em frente".....
O desespero martelava de forma enlouquecida naquele pobre Coração.
Cansado de tanta confusão, o Coração já não sabia mais o que pensar. Nada acalentava, nada lhe fazia bem. E a angústia gritava dentro dele, esperando uma Luz no fim do túnel.
De repente ouve um chamado - era o Silêncio, acompanhado do Tempo.
`Acalme-se Coração" - dizia o Silêncio. "Fique comigo, esqueça o Medo, a Dúvida e o Desespero. Eles confundem, atrapalham, iludem e atrasam.
Permaneça ao meu lado, observe. Mostrarei a você que observar, ouvir, prestar atenção, irá aliviar sua angústia e muito irá aprender".
Então o Coração respondeu -
Quem me garante isso?
Eu - respondeu o Tempo... Mostrarei a você que sou o senhor da razão... E que tudo passa!
E desde então, cada vez que o Coração sentia-se deprimido, triste, lembrava-se do Silêncio que observa e aprendia com ele, e era fiel ao Tempo.
(Gênice Suavi)
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(*) Brasília, DF, 26/02/2009. Recebido, nesta data, por e-mail, de amiga das letras.