No dia 02/05/2009, a Chris e o Eduardo tinham compromisso no curso de pós-graduação e, para minha alegria e felicidade, deixaram as crianças comigo.
No escritório, num espaço, ao lado da TV, separo muitas folhas de papel já utilizadas, lápis de cor, tesoura, cola e outras coisas de uso por criança em atiividades pedagógicas.
A esse canto, chamo: Escola da Bianquinha.
No anverso da folha de cima, escrevo com letras bem grandes: RASCUNHOS. No verso dela e das demais, ponho um X transversal para indicar que algo escrito ali estava anulado.
Sempre educada e atenciosa, Bianquinha nota a inscrição e me pergunta:
-- Vovó, pra quem é este papel? o que está escrito?
Comovido, digo-lhe: é para você, minha querida; tudo o que estiver debaixo desta folha é para que use em seus trabalhos, aqui na minha casa, que é mais sua do que minha. O escrito sugere que pode usar todas as folhas, sem preocupação.
Muito perspicaz, comentou:
-- Que bom! Vou desenhar, colorir e recortar bastante!
Talvez a indagação tenha-se originado em decorrência de que, quando Bianquinha dorme na casa dos avós, antes de se levantar, vou para o trabalho (entro antes das oito horas); porém, deixo, invariavelmente, alguns desenhos e votos de um dia feliz!
Como vovó cioso, no horário do almoço (ou mais tarde se não vou a casa almoçar), procuro confirmar se ela os viu? Claro que a vovó, atenta, mostra e avisa:
-- Foi o vovó que fez para você.
Na primeira oportunidade, converso com ela a respeito e pergunto: viu os desenhos? E, num português correto (seguramente ensinado pela mamãe), responde:
-- Vi, muito bonitos (não tanto quanto aos que faço). Gostei, obrigada.
Esses momentos enriquecem o espírito e dão-nos motivo para desejar viver mais.