Neste último sábado, por volta da primeira hora da madrugada, vendo TV (fim de carreira!), fui surpreendido em casa por um camburão da PM a poucos metros da minha janela.
Quando escutei o toque da cirene, abri-a e vi três militares no portão. Um deles sinalizou para que eu os atendesse. E pensei:
"Porra, mal comecei meus planos de subversão contra a democracia e o CIE já bateu um rádio para a PM fazer o serviço!".
"Pois não?" - disse-lhes
"Alguém da vizinhança ligou porque viu a porta do seu carro aberta. Pensaram que fosse ladrão".
Mas, eu os informei que a porta do motorista estava à s escàncaras porque a minha cachorrinha, sempre que chego à noite e desço para abrir as grades, corre em minha direção para depois pular sobre o banco do carona. Gosta de entrar comigo na garagem.
"Ah, então ela dorme é no carro?" - perguntou um dos policiais, quase para rir, imaginando que tipo de homem, em sã consciência, permitiria que seu bicho de estimação dormisse dentro do próprio carro..
"É que não consigo tirar... Ela fica um pouco aí dentro, mas depois sai".
"Tá bom..."
Desejei-lhes boa noite e bom serviço, e os cavalheiros desapareceram rua abaixo.
Que sábado maravilhoso, tanto para mim quanto para eles!
De fato, por aqui está tudo muito perigoso. Vagabundo chega agora de caminhão, em plena luz do dia, para rapar tudo de dentro da sua casa. Aconteceu isso com um amigo que leciona na minha escola à noite, e que mora na quadra ao lado. Os criminosos foram pegos e depois soltos. Ele, porém, gastou quase 3 mil reais com cerca elétrica e vigilància 24 horas.
Imagine você chegando à sua casa, vendo um caminhão estacionado na frente, e quatro mequetrefes arrastando para fora seu computador, seu aparelho de DVD, geladeira, tudo, limpando geral, uma farra.
Vem aquele gostinho bom e adocicado de sangue na boca e você acelera o carro para esmagar pelo menos um deles na calçada ou contra o portão, para pór os intestinos do sujeito esparramados no vidro dianteiro. Não dá certo... Se o carro apagar, os outros têm tempo e te apagam.
É assim. Teu vizinho, míope, olha e acha estranho o caminhão, e pergunta o motivo pelo qual você está se mudando. E o ladrão encerra:
"Quem mora aí, continua aí. Só o tempo é que muda. Agora, dá licença que eu vou trabalhar".