Vício é algo difícil de controlar e, como certo tipo de palavras, tem sua ambiguidade que se desfaz na trajetória analítica do contexto linguístico em que está inserida... Podendo significar coisa boa ou não tão boa...
     Eu, por exemplo, tenho um vício muito ruim: sou gulosa, adoro comer o que não devia. No dado momento, sei muito bem que estou fazendo "algo errado" e não me preocupo por saber que o mal recairá somente sobre mim. É nisso, porém, que reside o meu ledo engano! As pessoas que convivem conosco, e que nos amam de verdade, sofrem, talvez mais intensamente, qualquer mal que advenha de um erro nosso, autodestrutivo.
     Um vício bom que me invade, quase sempre, é o de escrever. Nisso, sou quase compulsiva. Há outros que me purificam a alma, por assim dizer... É a contemplação do efeito de um raio de sol sobre as flores, camuflado nos galhos verdes das plantinhas, ali do meu jardim onde Bia repousa tomando sol; o vóo acelerado dos colibris e a brisa da tarde que me acaricia a face, fazendo-me fechar os olhos e vislumbrar a beleza de um sonho acordada... Com o pensamento viajando, talvez, a mil por segundo num suave trajeto da amizade, essa que faz o coração cantar...
     Sonho que, em simbiose perfeita com a brisa, me leva a paragens longínquas e me faz viver um mundo perfeito. E que existe em cada um de nós...