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Cronicas-->E ASSIM SEGUE O TODO, E ASSIM SEGUE O MUNDO. -- 04/10/2009 - 14:22 (thiago schneider herrera) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
E assim segue o todo, e assim segue o mundo, juntando o sujo com o porco, essa já insustentável somatória de tudo. Mas há beleza, sim há de haver. Eu vejo, está aí pra todo mundo ver. Mas o que pretendo é cutucar. Aí me dizem: _Thiago, com tanta beleza você só descreve a feiura! Respondo com cara de quem sabe das coisas mas não fala claramente o que é só pra continuar com cara de quem sabe das coisas: _A beleza é difícil demais de se descrever meu chapa! Então, claro, por pura conveniência e preguiça descrevo a feiura. É mais fácil, mais prático, economiza fosfato. E bem estereotipada, extremista, radical, achando, infantilmente, que isso é uma cutucada em quem lê, ingenuamente achando que isso é uma bicuda na bunda dessa hipócrita sociedade. Ah ledo engano meu caro. Envio meus textos pra mais de 300 pessoas e duvido muito que 20 delas sequer abrem o e-mail pra lê-lo. Devem ver meu nome na caixa de correio, respirar impacientemente fundo e apagá-lo para sempre. Envia-lo sem nenhuma compaixão pros quintos dos infernos.

Como já disse uma vez o Frimoni, velho amigo, P.H.D. em decente filosofia de botequim, comentando uma sensata crítica recebida por esse incipiente escritor (termo usado pelo suposto crítico) que vos escreve essas tortas linhas: Que escritor que não gosta de ser lido? Ah, mas sempre nos enganamos pra conseguir continuar vivendo, achando que o que fazemos é especial e útil, sempre pra fugir dessa sufocante realidade de que nossa vida nada mais é que um instantàneo suspiro nas entranhas do tempo, sempre pra mascarar nossa total inutilidade perante essa imensidão infinita, sempre pra acobertar nosso vazio, nossa vaguidão, essa angustia destrambelhada temperada com uma apavorante solidão. Pretensão demais acharmos que pro Universo somos algo. Mas queremos deixar nossa marca, contar nossa historia, nos tornarmos eternos. Por isso escrevemos livros, pichamos muros, criamos bandas de rock and roll, temos filhos, montamos ONGs, escrevemos bilhetes, damos presentes, falamos bom dia, obrigado e vai tomar no cú.Tudo isso nada mais é que a vontade de eternizar-se em algo, em alguém, esquivando-se trópego e enganando o tempo. Mas sim, somos descartáveis pro todo. Nós todos. Mas lutamos para não sermos por completo, deixando nossa digital em alguma coisa ou pessoa qualquer. Não importa no que ou em quem, desde que fique algo, desde que fique restos de nós por aqui. Se o suicida descobrisse que ninguém chorou no seu enterro ele desejaria voltar e viver uma vida feliz porque seu plano não teria dado certo e a sensação de desperdício seria inevitável. Talvez o suicida tenha um imenso desejo de saber o que conseguiu deixar aqui, vendo tudo do camarote de sua imaterialidade. Mal sabe ele que provavelmente deve voltar pro mesmo lugar que estava antes de nascer, ou melhor, pra lugar nenhum ou mesmo pra nenhum lugar.

Será que podemos afirmar que os mortos são mais amados, idolatrados, queridos que os vivos? Talvez sim. O morto é initocado, incomunicável, por isso faz falta. Esse pra sempre que fode. Essa impossibilidade que causa essa sufocante saudade. É sempre o: não pode, que interessa mais, que chama a atenção. Os mortos não podem mais errar, e o que normalmente fica são seus acertos e seus erros passados são esquecidos. Parece extremamente errado odiar morto. Por isso a adoração póstuma é mais constante. Quando vivo sabemos que mesmo anos sem ver a pessoa, de uma hora pra outra pode-se encontra-la. Só de se saber que ela está por ai já acalma, já se perde um pouco o interesse. Fica-se anos sem falar com a pessoa, ai depois que ela morre tem-se a coragem de dizer aos prantos: ah, eu tinha tanta coisa pra falar pra ela. Fala-se isso porque sabe-se que não pode mais fazê-lo. Convenhamos, ninguém tem tanta coisa assim tão importante pra falar pra alguém, mas impressionantemente nesses momentos todos juram ter. É o tal do drama e o que se dramatiza também, porque o ser humano normalmente só valoriza o que não tem, o que não pode ter.

É assim e sempre será, nós e essa má vontade, esse desperdício, essa máquina perfeita que só faz cagada...


T.S.H.
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