Revendo velhos cenários, impossível amordaçar a saudade. Ela vem em borbotões logo ao encontro do primeiro rosto amigo. Os abraços, as palavras, as recordações, alegria de conviver um pouco depois de tantos anos. É um trecho de rua, é o colégio dos filhos, é a infància deles retornando em doses maciças, deixando a memória repleta de antigos sonhos. E a gente, mesmo sem querer, faz um balanço do que chegou a ser e do que, inexplicavelmente, ficou no meio do caminho.
Cruzes, também, surgem no meio da conversa. Há sempre um alguém que cruzou o portão do ignoto. Alguns amigos estão bem, parece até que o tempo não lhes fez qualquer dano, a não ser um bigode branco aqui, uma ruga mais acentuada ali. Outros, com mmenor sorte, aparecem alquebrados, com o peso dos anos caindo sobre os seus ombros, a voz fraca, o andar pausado.
Mas, dos prós e contras, na realidade, a soma favorece os prós, é gostoso, é salutar dar uma voltinha rápida e indolor pelo passado, pois a vida é feita de tais retalhos e da montagem desse filme pessoal que a gente vai rodando e atuando no dia-a-dia.