Oito da manhã, meu marido desce do carro na porta do escritório. No caminho de volta passo pela feira e levo ternos ao tintureiro. Chego em casa. Arrumo a cama, dou um jeito nas coisas. Vou para a cozinha. Onze e tanto toca o telefone. É ele. Te espero a uma no restaurante X, o francês veio com a mulher. Restaurante, agora? Meu cabelo está um horror! Não faz mal, dê um jeito. Dei um jeito. Banho rápido, calça jeans (nova), camisa de seda. Batonzinho, perfuminho. Pego meus livros e saio.
Trànsito infernal. Vaga em frente ao local, nem pensar. Quando chego, já estão à mesa. Casal elegantérrimo. Madame me olha meio atravessado. Iguarias servidas, vinho tinto. Logo mais a conversa se anima. Ela interessada no país e nas lojas da cidade, eu passando informações. Ficamos quase amigas. Tempo esgotado, eles se vão. Sigo para a casa da aluna. Ao me ver, a garota arregala os olhos. Como você está chique! De salto alto!
Cena II - Era DC (depois das crianças): É doce ser mãe...
Às seis me levanto. Arrumo a mesa, faço café. Preparo mamadeiras para andar mais rápido, nossas aulas começam à s dez pras oito. Acordo as crianças. Enquanto eles bebem o leite eu me visto. Disputo o espelho com o marido que faz a barba. Ajudo os filhos a pór a roupa, escovar os dentes e pentear o cabelo. Corro de um lado para outro, pego lancheiras, verifico mochilas, seguro minha pasta. Abraços e beijinhos no papai. Esperamos o elevador. Chegando à garagem, meu garoto faz careta. Preciso voltar, tou com vontade de fazer cocó...
