Paris é um museu a céu aberto. As igrejas são magníficas. A maioria de épocas medievais. Eu adoro visitar igrejas. Elas mostram o poderio e a decadência de um povo.
Em todas elas procuro a cruz, olho para ela lembrando a história de uma vida que deixou para este mundo a marca de uma personalidade . Uma lição para ser admirada, para ser respeitada.
A cruz lembra morte. Fim de vida. Morte serena ou violenta. Do jovem ou do velho.
Mas aqui, na Notre Dame de Paris, na magnificência deste templo e da história que o contempla, lembro de outra morte. De uma morte precedida por cruel agonia. Que não expressou o fim mas o início. Alguém que continua vivo inspirando seus seguidores no carregar de suas cruzes diárias.
Vejo toda esta beleza e me lembro do Cristo humilde, na manjedoura, no burrinho, nos templos, com sede, com frio, pregado, ressurgindo.
E, nesta páscoa que começo aqui, reflito que não há nada para se reclamar mas a se agradecer - pois sempre temos alguém nos ajudando a enfrentar, no trajeto, o caminhar.
Reflito nas incongruências, nas contrariedades, nas dificuldades, na soberba de algumas pessoas, na falta de agradecimento, na falta do respeito, do prazer, do desgosto, do fracasso... E a palavra que me surge em letras garrafais é aceitar e não se torturar.
É o momento em que ponho a prova a minha fé, a minha espiritualidade, o meu amor ao próximo, o meu respeito ao planeta e aos seus habitantes.
Corro com meus pensamentos para o domingo da ressurreição...
Celebro a vida e a vitória!
Boa Páscoa a todos!