E no 4,5 bilionésimo ano o homem disse: que haja deus! Ai desandou a bagaça. Criação comparada ao tetra pack, a fita dupla face, porque é sim uma criação humana, nada além disso, assim como as facas Guinsu. Ok, parece-me bem necessária, mas não mais que conveniente. Nada é mais coerente para com nossas ambições e sede de controle e poder: homens se juntarem pra conspirar e criar uma maneira de controlar, vigiar, culpar e manipular as pessoas, até seus sentimentos e pensamentos mais íntimos, criando para isso um ser que está em todo lugar, que sabe de tudo e que a tudo vê, impossível ao humano; egocêntrico, perverso e vingativo, esses sim adjetivos bem humanos, sendo assim e somente por isso, se você sair um pouco da linha, essa criada também por esses mesmos opressores, você será julgado por esse ser todo poderoso e será condenado ao sofrimento eterno, porque, não se engane meu chapa, alguma merda você fez aos olhos dele, isso eu garanto. Humm, deixa eu pensar...não obrigado. Tome um sopro leve, uma brisa que seja de consciência ou de ciência que verás a inutilidade e a impossibilidade prática de deus. Pode escolher, qualquer um dos milhares, dos milhões de deuses criados pela criativa mente humana, qualquer um sucumbi à lógica, à razão, absolutamente todos eles, sem nenhuma exceção. Por isso a religião sustenta todas suas mentiras na base da ignorància, do medo e da culpa. Hummm, deixa eu pensar...viver sob esse inexistente fardo...não obrigado. Simples assim sim. Ai viram e dizem, como se assim o eximisse de tudo: _Acredito no meu deus, não no da religião. A diferença não me parece tão clara ou tão grande assim pra sustentarem um olhar orgulhoso e um peito estufado como se isso fosse algo incomum, único. Só pelo fato do seu deus não ser seguido por milhões de pessoas que não tiveram a capacidade de criarem o próprio, acreditando no que parecer mais convincente ou conveniente não quer dizer que a mentira que acreditas seja menor do que a acreditada pela maioria. O que faz o seu deus ser mais verdadeiro que o deus islàmico, rastafari, induista ou o deus de alguma religião criada por algum hippie maluco no deserto do Atacama ou numa praia nudista? É a mesma coisa que uma criança acreditar, louvar, se cagar de medo do amiguinho invisível da outra criança. A diferença, numa simplificação máxima do tema, não me parece muito distante disso. E aquele Ratzinger me causa ànsia. Não consigo olhar para aquela cara e não sentir nojo. Imagino as sujeiras que ele varreu pra debaixo do tapete durante sua "devotada" vida. Até meio curvado o velho é de tanto peso que deve carregar nas costas. Mas a culpa mundana e o julgamento desses tipinhos parece ser diferente do que da ralé. Se o deus dele queimará almas por toda a eternidade por condutas infinitamente menores e cotidianas, o que será que fará com a alma dele, que acobertou pedófilos, por exemplo e só pra citar um, talvez o menor? Porra, já que acredita de verdade nessa baboseira, então faça de tudo pra fugir da ira do figurão lá de cima. Mas não. Esses mesmos que enchem de medo e horror a mente dos seus seguidores com essa ladainha toda sabe que tudo isso é papo furado, porque eles mesmos são tão humanos quanto qualquer um e sabem que também pecam perante essas leis que fingem acreditar. Tudo farinha do mesmo saco, nós, eles, a humanidade. Todos maravilhosos em sua essência, únicos, incríveis e inúteis.
Vamos acordar, pronto, a ilusão acabou. Engula essas lágrimas inúteis e tome a rédea de sua vida. Saia da escuridão, destrone esse falsos demagogos, levante-se e abra os olhos, pule no vizinho e roube uma manga, beije aquela menina linda, faça amor com ela da forma mais apaixonada possível, seja simples, olhe para o céu e vejo o infinito e não mais o medo, a culpa, o arrependimento, vislumbre o universo daqui de nosso grãozinho de areia, pense grande, acredite no imponderável, ame sem dó de si, com compaixão, com paixão se apaixone, descase se acabar o amor, case quando amar novamente, descase se esse também acabar, siga em frente, nossa inutilidade para o universo não deve ser entendida como solidão espiritual, e sim como algo que apenas é e que não é mutável nem explicável nem compreensível.
Somos só isso e mesmo assim, somos já tudo.
T.S.H.