Assuntos: O Brasil e a Fórmula Chinesa, e Considerações sobre o Ministério da Defesa
O Brasil e a "fórmula chinesa" para terras raras
- É crescente a preocupação dos países do "Primeiro Mundo" com a escassez de matérias-primas indispensáveis. Precisam importar 40 tipos de recursos naturais, entre eles 14 matérias primas "críticas": antimónio, berilo, cobalto, fluorita, gálio, índio, germànio, grafite, magnésio, nióbio, metais do grupo da platina, terras raras, tàntalo e tungstênio, fundamentais para a fabricação de telefones celulares, computadores e produtos análogos. Acontece que as jazidas desses estão concentrada em quatro países: China, Rússia, Congo e Brasil.
A China é praticamente a única provedora dos chamados metais de terras raras, (também assinaladas no Amazonas - minas do Pitinga) dos quais o ítrio, usado na produção de laser e ímãs, é o mais raro. Além da China cobrar altos impostos de exportação, anunciou a redução de 40% nas exportações desses minérios raros, pressionando os compradores estrangeiros a iniciar o processamento industrial de tais matérias-primas dentro da própria China. Com isto os chineses atraem para o país a tecnologia de processamento e elevar o valor agregado
Todos querem garantir o suprimento de commodities, e a estratégia atual é a aquisição de mineradoras, jazidas, usinas e terras férteis. Aceitando que em muitos casos firmas estrangeiras podem fazer bons negócios e alavancar a produção nacional pelo aporte de recursos e tecnologia, a situação pode se tornar problemática se isto é ditado pelos interesses de outra nação. Cada caso deve ser muito bem estudado
Neste cenário foi correta a decisão de criar mecanismos para limitar a compra de terras brasileiras por estrangeiros, notadamente por empresas que são estatais ou apoiadas por seus governos. Tratando-se de recursos naturais, o caso vira uma questão de estratégia nacional. Agora é necessário pensarmos também nas jazidas, mineradoras e usinas. As empresas nacionais são o cerne da economia e da prosperidade nacional, e as nações que compreenderam isto cuidam delas como de suas Forças Armadas.
No entanto, cabe aqui uma reflexão sobre a política chinesa de atrair, para dentro da própria China, o processamento industrial de produtos que utilizam metais raros como matéria-prima, agregando-lhes tecnologia e valor. Não seria o caso de o Brasil desenvolver uma política análoga a começar pelo nióbio, por exemplo, por ser praticamente seu único fornecedor mundial?
Ambientalismo de inspiração estrangeira
Pode parecer fantasiosa a afirmação de que a atuação das ONGs ambientalistas é orientada pelos interesses económicos dos grandes grupos económicos norte-americanos que temem a concorrência, mas que existem fortes interesses, isto é certo
Por que apenas o Brasil? Pelo estudo norte-americano "Fazendas aqui, florestas lá", o lucro do agribusiness justificaria o apoio aos herdeiros da Marina Silva.
São inoportunos os radicalismos que podem inviabilizar a expansão e mesmo a atividade de milhares de produtores rurais, inclusive do agro negócio. Mais do que inoportuna, é intolerável a intromissão estrangeira e a submissão do Min. do Meio Ambiente
Fica marcado meu aplauso ao dep. Aldo Rebelo pelo novo Código Florestal
Considerações sobre o Ministério da Defesa e a cólera das Legiões
Todos sabemos: o Ministério da Defesa foi criado para afastar os militares da proximidade do Poder.. Tudo indica que houve pressões dos EUA, mas de qualquer forma isto vinha ao encontro dos desejos revanchistas da "nova república". Contudo, a medida em si apresentava vantagens; qualquer estrategista conhece a necessidade de um comando único, mas este não deve ser um leigo em matéria de guerra. Naturalmente o ministro tenderia a ser um oficial general ou ao menos um civil reconhecidamente ligado a esses assuntos
Propositalmente FHC escolheu um político desqualificado, derrotado nas urnas e advogado de facção do crime organizado. Era o revanchismo na sua máxima expressão: de mãos dadas o revanchismo com as pressões do Consenso de Washington, o neo-liberalismo desnacionalizante e a ladroagem desenfreada. FHC visava principalmente a desmoralização das Forças Armadas, e que, em grande parte conseguiu.
Naturalmente que o "ministro" escolhido não tinha nem comando sobre a tropa nem consideração. Terminou sendo afastado por corrupção. Os sucessivos "ministros" não foram melhores e a mudança de governo não trouxe alívio. A reação das legiões foi crescendo e não seria difícil prever que chegaria ao ponto de ebulição, pois se somava a tentativa de antigos terroristas, agora no governo, de defenestrar os militares e vingar-se dos que os tinham vencido na guerrilha.
Quando da nomeação do último ministro, nada se podia esperar. Podia-se desconfiar do seu caráter. Havia mudado irregularmente algo na redação da Constituição de 88. Como Ministro da Justiça não havia se portado bem no "imbróglio" da Raposa-Serra do Sol. Iniciou dizendo bobagens sobre assuntos aeronáuticos e se portando com arrogància. Parecia que ia seguir a série de incompetentes que o precederam, ou mesmo que seria pior, entretanto logo compreendeu as razões dos militares, e deu um basta no revanchismo governamental. Soube recuar de seus equívocos iniciais. Assessorado por militares inteligentes iniciou uma série de mudanças visando a retomada da operacionalidade. Impós ao governo a ampliação de recursos. Elaborou, pela primeira vez na era republicana, um Plano Nacional de Defesa. Podia-se desconfiar de seu caráter, mas não da sua coragem e disposição. Pouco a pouco foi conquistando a confiança dos militares mais focados na operacionalidade da tropa.
Das últimas medidas sem tirar a evidencia da continuidade do plano de afastar os militares do poder, há medidas que merecem o nosso aplauso. Um Estado Maior conjunto era uma necessidade reconhecida por todos, mas nunca antes realizado na fogueira das vaidades das Forças Singulares.
Enfim, todas as organizações funcionam melhor ou pior conforme sejam melhores ou piores seus componentes, mas destes o mais influente é o comandante. Já dizia Napoleão: "Não há bons e maus batalhões; há bons e maus coronéis"
Há quem veja a nomeação de um general moderno como Chefe do Estado Maior Conjunto (o ch. do EM Conjunto é comandante operacional das tropas.) como uma manobra para alienar os generais mais antigos, retirando-lhes o poder decisório. É até possível que essa seja a verdadeira motivação. Não conheço pessoalmente o novo Chefe do Estado Maior Conjunto, mas tenho ouvido as melhores referências sobre ele. Tenho esperança que com sua indicação venham também idéias novas, de como vencer a guerra com que nos ameaçam para roubarem as áreas indígenas e o pré-sal, ou melhor ainda, de nos tornar fortes suficiente para dissuadir aos ambiciosos de o tentar.
Seguiremos quem trabalhar para fortalecer o País, mas se o próximo governo exacerbar o revanchismo contra os militares, então cuidado com a cólera das Legiões
Que Deus guarde a todos vocês
Gelio Fregapani
Subject: Uma carta pode abalar um império?
Date: Thu, 27 Sep 2007 04:46:49 -0300
A carta de Marcus Flavinius
Ao deixar nossa terra natal, disseram-nos que íamos defender os direitos sagrados a nós conferidos por tantos de nossos cidadãos assentados em além-mar, por tantos anos de nossa presença, por tantos benefícios levados por nós para populações que necessitavam de nossa assistência e de nossa civilização.
Fomos capazes de verificar que tudo era verdadeiro e, porque era verdadeiro, não hesitamos em derramar nossa cota de sangue, em sacrificar nossa juventude e nossas esperanças.
Não nos arrependemos de nada, mas enquanto aqui somos inspirados por este estado de espírito, dizem-me que, em Roma, as facções e conspirações são numerosas, que as traições prosperam, e que muitas pessoas em suas incertezas e confusões dão atenção à s horríveis tentações de abandonar e difamar nossas ações.
Não posso acreditar que tudo isto seja verdadeiro, ainda que as guerras recentes tenham mostrado quão prejudiciais tais ambientes possam ser e aonde possam levar.
Apresse-se em acalmar-me - é o que peço - e diga-me que nossos amigos cidadãos nos entendem, apoiam-nos e nos protegem, como estamos protegendo a glória do Império.
Se for de outra forma, se tivermos que deixar nossos alvos ossos em vão, nestas areias desertas, então tomem cuidado com a cólera das legiões.
Marcus Flavinius, Centurião da Segunda Coorte da Legião Augusta, em carta ao seu primo Tertullus, em Roma, aproximadamente no ano 20 DC