O nome de batismo
Pouco importa,
Onde a sombra da alcunha
Faz-se amparo.
Um jeito de nublar
O seu ofício
Na pretensa ilusão
Do anonimato.
Satisfaz os olhares
Curiosos
Com a desculpa
Mais conveniente.
Mas a ladina pulga
Da suspeita
Guardava a língua acesa
Atrás dos dentes.
Um descuido qualquer,
O abortamento,
Fez-se um barco afundado
Em mar de escàndalo;
Com as regras do pudor
Inconformadas
De pecador conviver
Com os puritanos.
Convém saber de
Nunca atirar pedras
Por necessário ser
Ter as mãos limpas.
Nem pór também
As regras dos costumes
Além dos corolários
Deste ensino.
Ninguém pesou, decerto,
As circunstàncias
Que fazem exposto
O corpo nas esquinas.
Quebrar as normas
É razão de anátema
Entre os diabos
Que chafurdam o limbo.
E daí, sendo a porta
Escancarada
O caminho mais curto
Para o arrimo,
Guardou as mágoas
Presas no silêncio
E a sedução do corpo
Nas vitrines.
Vendeu a juventude
Com sucesso
Por ser de qualidade
O seu produto.
Abasteceu as noites
Da cidade
Dispondo na bandeja
O melhor fruto.
E na orquestra comum
Dessa ousadia
Tocava a flauta
Nas estações fartas.
Saciava garbosa
Os seus amores
Com aquela fonte
De abundantes águas.
De Salomão
As majestosas vestes,
Firmando o trono
Num plantel de rosas.
Mas na escassez
A seca engole o açude;
Queimando a terra,
Consumindo a roça.