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Cronicas-->O VOO EQUIVOCADO -- 17/11/2010 - 21:45 (Eloi Firmino de Melo) |
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O VOO EQUIVOCADO
Que se pode dizer
Da moça nua
Nessa cama sem
Graça do jardim?
Dizem que se encantou,
Voou pra lua,
Nas asas de invisível
Passarinho.
Que se pode dizer
Daquela cena:
Do vóo equivocado
Desse pássaro?
O corpo de marfim
Ferindo a terra,
E a tragédia em
Forma de espetáculo.
Que se pode dizer
Das moças nuas;
Das suas dores
Presas no silêncio;
Ou dos sapatos
Gastos nas calçadas,
Nas horas consumidas
No batente?
Que se pode indagar
Das madrugadas,
Dessas coisas do amor
Sem compromisso?
Dos afetos volúveis
Que se arrimam
Nos molejos do corpo,
Por fetiche?
Aves da noite
Soltas, trafegando
O veículo do corpo
Por capricho;
Na busca de curar
Os sofrimentos
Pelas vias efêmeras
Dos equívocos!
Aves feridas por
Seus desencantos
Na despedida com
Destino às nuvens.
As taças fartas lhes
Brindando as mágoas
Para encobrirem
Os pensamentos turvos.
Chega o vulcão de
Convulsivas lavas,
Oculto e comprimido
Nas entranhas,
Rompe as encostas
De perdidos rumos
Para atirar-se
Sobre a tenra grama.
Quem poderá contar
Os seus segredos
Depois da página
Explícita no jardim?
Muitas manchetes
Brilharão notícias;
Mas um silêncio
Remanesce ainda.
Em momentos assim
Homens fardados,
Acompanhados de seus
Paramédicos,
Removem por dever
O corpo inerte
Para exames finais
De rigor técnico.
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