Não posso descrever senão com gratidão a visão das suaves curvas de seu corpo nem posso me permitir sequer um desgosto, se você se desnuda em partes para mim, formosa criatura. Desafia as regras mostrando visões de si que eram secretas; tira as pétalas de uma flor que delineia outra e mais outra, cada qual mais perfumada e o que mais faço é olhar para cima, visando seu olhar iluminado e intenso.
Minhas mãos podem percorrer as suavidades de sua pele de pêssego, que reage a cada toque com indisfarçável prazer e gosto e seu rosto denuncia a alegria de estar comigo, nesta fresta do tempo, num momento em que nós dois, e só nós, conhecemos os limites do Universo que se expande e regenera como uma centelha de luz energizante. Seus lábios entreabertos me fazem ver a cintilància de seus alvos dentes e seus olhos úmidos de prazer me convidam ao beijo e ao perfume de seu hálito divino.
Shakti sagrada, eu reverencio sua presença e sua sagrada missão, vaso de nosso mais simples milagre. Houve épocas antigas em que sua missão era a fonte de energia que movia o mundo. Oxalá ainda fosse e tomara que ainda seja; Pelo menos é o que eu penso. Sagrado vaso, leve-me aos domínios do prazer mais recóndito e aos fulgores de seus mais ocultos desejos.
Shakti sagrada, deixe-me ser parte de sua parte, uno consigo, deixe-me fazer de mim a sua parte e de si a minha totalidade, na cósmica união de seu e meu eterno, de minha alma e de seus encantos.
