Encontrada uma cabeça. De homem.
A meninada da rua, aos gritos, apontava. Algazarra geral.
Ninguém conhecia o dono.
Um velho, de cabelo ralo e barbicha.
Seria um ladrão? Um louco? Um suicida? Ou uma vítima?
Não importava, afinal.
O achado, apesar de inusitado e triste, estranhamente, não apavorava. Não trazia repugnància.
Ao contrário, suscitava euforia e risos.
Ninguém se lembrava de pedir socorro ou de chamar as "autoridades competentes".
Os corações empederniram-se ou as mentes ficaram criativas demais?