Um dos maiores descasos que se possa fazer com o ser humano (já idoso, com décadas de empresa e muitas delas de serviço fora dela), que se considera em condições de colaborar com o trabalho, é deixá-lo o dia inteiro sem lhe passar nada para executar.
Reforçam a agressão: controle de saídas, do horário de chegada, inspeção dos telefonemas que dá ou recebe, reparo de tudo o que faz, observància das visitas ou até de cumprimentos de colegas. Sem falar na "auditoria" diária nos e-mails (enviados e recebidos).
Além disso, procuram alojá-lo em local que o agrida, ou seja: em ponto estratégico para que todos que ingressem ou transitem pela sala vejam que o velhinho nada está fazendo.
Isso só ocorre em entidade pública, onde os ocupantes de funções de confiança (passageiros e quase sempre incompetentes)se julgam donos de património que pertence, por direito, Ã União. Gastam (e muito mal!)o diheiro público como se fosse deles.
Na empresa privada, esse fato não ocorre. O proprietário, com certeza, está sempre em busca de resultados satisfatórios. Não desperdiça tempo nem recursos económicos. Sabe administrar, usa o bom senso e o equilíbrio entre custo e benefício. Em vez de invejar a competência, valoriza o esforço expresso na preocupação de diminuir despesas e aumentar receita.
Solução específica creio que não haja. Posso, entretanto, comentar o que eu faço e me sinto recompensado. Preparo relatórios técnicos, analíticos, sem nenhuma tendenciosidade, sobre tudo o que julgo não muito acertado na minha área e encaminho ao superior imediato. Se ele usa, não tenho conhecimento. Pouco importa. O mais significativo é que justifico o meu salário. Advirto-os quanto a decisões equivocadas da administrãção (por negligência, conveniência ou mesmo por apatia).
Moral da história: quem trabalha com seriedade e tenta justificar seu salário pode até não ser respeitado por algum chefe transitório;
exerce, porém, a cidadania e transmite exemplo do bem para as gerações futuras.