Usina de Letras
Usina de Letras
67 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62823 )
Cartas ( 21344)
Contos (13289)
Cordel (10347)
Crônicas (22569)
Discursos (3245)
Ensaios - (10542)
Erótico (13586)
Frases (51217)
Humor (20118)
Infantil (5545)
Infanto Juvenil (4875)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1380)
Poesias (141100)
Redação (3342)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2440)
Textos Jurídicos (1965)
Textos Religiosos/Sermões (6301)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Lente de Aumento -- 21/10/2013 - 09:49 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Ganhei um presente: Uma lente de aumento. Vivia aumentando as coisas: Uma formiga se transformava em bicho terrível, uma lagartixa em gigantesco dragão chinês, uma joaninha se transmutava em carro voador, bem parecido ao fusca. Não contava com a ajuda do mundo, não, até porque ninguém iria compreender o mundo macro aposto ao micro. Neste mundo sem surpresas, nada me soaria tão mal quanto um "vá cuidar de suas coisas, menino" ou coisa que o valha. Então, eu me fechava em meu microcosmo, convencido de que vivia numa terra de gigantes.

Ah, a poesia da infância, como se torna rara com os dias que passam; pois ao dia que se soma, soma-se mais um dia e mais um se interpõe entre um e outro, com intervalos de sonho e preguiça. As pobres formigas enfrentam o holocausto do sol, as joaninhas voam espavoridas e as centopéias se escondem de minha raiva porque no mundo da criança, o ódio brota como o amor, sem rédeas morais; porisso, somos tão puros, tão firmes nas resoluções absurdas, mas lógicas.

Ao dia se junta outro, mais um entre os dois e os sonhos recheados de alegorias de permeio. Ninguém me compreenderia por inteiro, portanto ao canto do cisne da infância se soma a subreptícia primavera do homem. Entre os dias ocultos, tempos dourados de sonhos severos de santa lucidez e delírios de espasmo. Já a lente? Fica de lado, peso de papel e de cartas nunca respondidas. Eu diria que, aos dias que se foram, somam-se os dias que se vão e no disfarce absoluto, voou a infância e agora, dissimulado, eu queimo minhas cartas na solidão de Outubro.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 4Exibido 208 vezesFale com o autor