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Cronicas-->Il vecchio Piacenza -- 14/11/2013 - 05:49 (Brazílio) |
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Il vecchio Piacenza
Na Velha Serrana, entre meia dúzia de padarias, o Perdigão panificava no largo de
São José, aquela pracinha orlada de casario singelo, com a igrejinha ao padroeiro
e o cruzeiro centenário das "santas missoens de 1879" ao meio, na leve inclinação
do terreno rumo ao centro da cidade. Ali, entre a capela e o cruzeiro já haviam
vicejado belas palmeiras, mas que o tempo se encarregara de remover, deixando o
terreno escalavrado, enrubescido no castigo da nudez.
Panis angelicus a parte, vamos ao do mestre Perdigão. Começava a fãina cotidiana
pela madrugada para assegurar o pão de cada dia à boa freguesia. Vendia no local
do fabrico e na loja ao centro da cidade à volta da matriz, lugar de gente de mais
posse.
No forno empretecido, marca Piacenza, entravam e saíam ao poder de longas e
finas tábuas, que se movimentavam com a destreza de uma língua de tamanduá
em formigueiro, bandejas e mais bandejas do precioso produto.
E Perdigão enquanto alimentava sonhos de gerações, nutria a família, fez bom
cabedal, chegou até a ter seu carrinho, uma baratinha, bem catita, para transportar
da fonte à distribuidora central aquele bem essencial. E tinha até o logotipo de uma
ferradura, a portinha traseira da baratinha: Padaria Boa Sorte.
E na parte da tarde, com o Perdigão já de volta à casa - que era coligada ao
comércio central - Ã sombra da matriz, em rua bem calçada e bem frequentada,
ao seu cunhado Darcy, é que passava a pilotagem do Piacenza, para se aproveitar
o seu calor, e se lograr algum mais valor: era a hora dos biscoitos de polvilho
receberem a sua assadura, e à dieta do populacho, assegurarem maior fartura.
E consta que ainda hoje por lá resiste o velho Piacenza, na esperança de que São
José o benza. |
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