De todos os tempos que eu sigo, esse é o que melhor me impressiona: O tempo de seu corpo, esse que devora meus tempos interiores. Digo que me devora mas me constrói em tempos diversos, em somas interiores de minhas reflexões e meus trabalhos; soma ao meu o seu momento de se irmanar inteira ao que existe de belo, num evocar de luzes loucas, num manancial infinito de seres que se pressagiam em seus beijos e nos céus de sua boca. Isso é o que melhor me traz de si, suas cores, as longas e abissais curvas de seu pálato, a impressão de flores em seu hálito, o néctar que brota cristalino de tuas esferas ilustres. Eu, assim, penso sozinho que nas horas que pressagiam o sono, nada tenho a acrescentar aos sonhos serenos que você me inspira. Eu, de humilde servo, passo a submisso escravo, vassalo de um reino que me contagia inteiramente. Claramente; definitivamente.
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