Estava de passagem por capela moderníssima toda em cor de rosas, quando percebi que uma pessoa havia morrido.
Fiquei curioso para saber como eram os velórios naquela capelinha.
Ao chegar, vi milhões de bouquês de flores - das mais variadas das mais sofisticadas à s mais kits - e notei que no caixão estava a morta inteiramente nua, loiríssima, e ao lado grande pote cheio de creme muitíssimo perfumado, do qual cada uma das presentes - também loiríssimas reluzentes - pegava um pouquinho e passava na defunta.
Surpreendido pela cena, coisa inusitada, aproximei-me de uma das mulheres e perguntei:
- Desculpe-me a ignorància, mas porque estão passando creme na defunta? É tradição aqui?
A loira exuberante respondeu:
- Não! É inédito! Nunca fizemos isso. Ela é que pediu para ser cremada!
* Brasília, DF, 23/12/2013. Brincadeira: a loira é tão inteligente quanto à morena.