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Cronicas-->Solução -- 29/01/2015 - 10:33 (flavio gimenez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As sirenes denunciavam que havia a proximidade da polícia; enfim, eles conseguiram atrair os mocinhos delicados para o confronto. Era o que queriam, afinal. Tudo em nome do confronto, pelo puro prazer da borracharia caindo nas cabeças, das bolinhas de gude abatendo os cavalos e...
--Olha lá, olha lá!
--Corre, quebra mais um poste para eles verem.
--Lá vem, lá vem!
--BUM!
--Fiquei surdo.
--Bomba de efeito moral, caralho.
Sons de vidro quebrado, medo, pànico, correria. Eles sabiam o que faziam.
--Olha lá, olha lá!
--É o Brucutu!
--BUUUMMMM!!!
--Passou perto.
--Que venham.
--Quebra quebra!
Um carro passa, os ocupantes esbaforidos, cuidado cuidado, eles vêm com tudo, meninada!
--Entrem no carro, vocês são muito jovens!
--Não dá não, senhora. Não dá. Já perdemos tudo!
--Entrem no carro!
--Não entra não, Zé! São da patrulha, veja!
Caem bombas de gás, eles têm máscaras. O que querem está por vir ainda. Secas gargantas, olhos ardidos, nada mais do que o esperado. Chega, lento, o Brucutu.
--Prepara as caçambas!
--Abrimos as latas!
BUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUMMM
--Zé!
--Vai em frente, joga pedra no tal. Infelizes!
Os jatos de água começam, as latas abertas recebem jorros diretos, milhares de litros em alta pressão.
--Vai vai vai!
--Pega o malandrinho.
--Vem cá, moleque!
Confusão, vidraças partidas, gente sendo presa, um moleque de cabeça rachada, multidão...E caçambas cheias de água puríssima. Pronta pra beber e levar pra casa. Dispersa-se a manifestação, os policiais levantam acampamento...silêncio na praça...Orelhões, lojas, vidraças quebradas...Presos, um cheiro terrível de gás e sangue...E começa a turba silenciosa , vestida de panos pretos, carregando como formiguinhas a água desperdiçada pelos gambés, este líquido precioso. Eles vêm com talhas, bilhas, potes, um vem com uma bombona, outro traz bacias velhacas; mais um carrega garrafinhas pra revender, mas é expulso a tapas. Posto a correr...
--Conseguimos mais água.
--Amanhã, tem mais uma.
--Estou dentro.
--E o Zé?
--Vai não; rachou a cuca. Melhor esperar.
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