Tudo neles era improvável, inimaginável, pois o que aparecia daquele relacionamento era o amor inexistente. Brigavam em casa e em público, faziam caras e bocas a todo instante, não se davam as mãos e,seguidas vezes, compareciam sozinhos a todo e qualquer evento: festas, casamentos, féretros, exposições, lançamentos e, ao serem perguntados pelo parceiro, a resposta indefectível era: não está se sentindo bem.
Ainda assim, prosseguiam juntos, ou seja, viviam debaixo do mesmo teto. No entanto, nada de filhos e os anos iam passando e todos apostavam que o relacionamento não duraria muito.
Mas, os apostadores iam perdendo sempre, pois eles prosseguiam na sua caminhada no rumo do futuro, sempre daquele jeito alternativo de amar,mas era o jeito deles.
Um dia, pois há sempre um dia em toda história, ele faleceu de repente. Daquele dia em diante, era de ver-se a viúva sempre de luto, sem sorrir, sem qualquer esboço de de alegria.
Perguntada por algum curioso, respondeu: morreu a melhor parte de mim, hoje sou menos do que uma metade...