Eu vou ligar o gravador e gravar tudo o que posso: Da candidatura de Tramp Trump, ao islamismo hidrófobo, das geleiras derretendo e da música servil, da pátria de chuteiras à pátria de fuzil, ora essa.
Vou gravar tudo o que posso, mandar imprimir em vinil que esse dura mais ( e reproduz melhor) e vou me refestelar com os chiliques do alemão, vou jurar que vi o muro caindo, vou recordar um tal de Cruiiff, vou bater panela em abril.
Vou abrir o canil; vou de punho enfaixado, ...de alma lavada, vou de tornozeleira eletrônica, vou de meia de aço.
Tudo o que se grava se deslancha no ar, percorre milhões de milhas, esbofeteia a galáxia, cria um credo-em-cruz a zil anos-luz: É um porre, é uma novela esta derrama de flores.
Queiram-me mal, ou não, vou ficar anil de doçura, vou me coçar mais um pouco e, quer queiram, quer não, vou me endividar em Alsácia; estarei em trincheiras milimetricamente escavadas, escondido dos invernos sulinos.
( tudo que vai, volta; o eco do estampido ribomba num mercado em Outubro, tudo o que é grave se desmancha no mar, náufrago, sal grosso, imagens...)
Para resumir em uma frase
Tudo o que é sólido se desmancha no ar