Toda minha fortuna, riqueza, beleza, que se é que tenho, permanece neste espaço a mim nobre.
Saio às ruas vejo seres humanos, estrelas que brilharam ontem,
deitadas nas calçadas, perderam suas identidades.
Sou igual a eles, "loucos de pedra", quis ser estrela e nem tive brilhos,
não consegui sequer mostrar o caminho para a luz,
como aquela que levou os pastores a Jesus.
Como as víboras que deixam seus filhos pelos caminhos, assim o fiz,
hoje percebo que eles não sabem quem sou, quem fui.
Passei. Nem rastro deixei...
Loucos de pedra. Sangue ruim, herdei de alguém.
Ah! Poeta! Tentas encobrir uma verdade que te fere a alma.
Desde criança eras peralta demais. O "Satanás" em figura de gente.
Não medias altura, nem medo tinhas.
De repente te confrontaste com o mundo, este mundo perverso,
cruel e quantas vezes escapaste da morte na ponta da faca,
numa bala certeira, tinhas tudo pra nesta hora não ficar
sentada frente a um "monstro sem cabeça" que te aceita calado.
Loucos eram aqueles que te ouviam, Psiquiatras, espíritas, mães de santo,
benzedeiras, Ã s vezes invertias,
aprendias tão rápido que com tuas mãos benzias crianças,
sabias de cor o Pai Nosso. As Ave-Marias.
Ah! Poeta! Muitos animais de conhecem de longe.
Dás a eles água e comida.
Pombos da rua, cedo te aguardam como rainha, gatos, cachorros,
alguns se deitam nas calçadas à espera da comida.
Não chore, pelo menos a eles és Rainha muito querida.
Não morras, eles partiriam em busca de outros ninhos.
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Manaus, 27 de janeiro de 2017.
Nota da autora- A falta do que fazer nos deixa tantas vezes à mercê
de falatórios, exigências, somos tolhidos de escrever certas verdades
para não machucar ninguém. Parece que estou cansando, perdendo as forças,
nem sei mais lutar.
"Covarde é o que não luta".