Meu amigo Granitoff diz que, a despeito de inúmeras qualidades do hipertexto, este negócio de ler em computador não é muito cómodo. Tem que ficar sentado em frente a ele e, mesmo com notebooks, não é muito cómodo carregá-lo por aí. Na realidade ele revela alguns lugares em que não é possível levá-lo e outros lugares usuais para a leitura amena e desinteressada. Eu, sou leal à s minhas poucas amizades e não vou revelar o principal lugar por ele citado. De qualquer forma, eu complemento com a cama e a beira da praia.
Assim, este texto, embora feito no meu super micro, pode ser listado integralmente, sem qualquer dificuldade e então levado a todos os lugares que imaginamos para usá-lo. Textos menos interessantes, podem ter seu papel reaproveitado, evitando-se com isto a destruição de nossas tão preciosas florestas.
Alik sugeriu a escrita de alguns textos sobre a famosa escola de engenharia onde estudamos. Ele diz que não é mais a mesma, comentando que "nem se rala mais ninguém lá". Achei ótimo. De fato se isto não mais acontece, perdeu a graça.
Convidei a ele para escrever a quatro mãos, ou seis se aparecer mais algum doido com semelhante tema. Eu acho que poderia ser interessante, como Alik sugere, misturar ficção, realidade e o que eu chamaria de realidade pretendida. Assim, escreveríamos a Hestória. Em tal categoria entrariam todas as mentiras tidas como verdadeiras. Acho que esta categoria acabaria por dominar. A idéia de escrever algo com o amigo me agrada muito. Contudo, não estou seguro sobre o tema.
Assim, acho que seguindo a melhor tradição do setor público brasileiro a que eu pertenci por tantos anos e Alik ainda pertence, temos que criar uma comissão encarregada de definir o plano de referência de um provável grupo de trabalho, cuja maior tarefa seria definir as características gerais e composição do grupo de trabalho executivo. Este último sim, por ser executivo, analisaria a conveniência, prazo, orçamento e equipe necessária para a possível empreitada. Penso que sem este suporte organizacional não teríamos sucesso e corremos o sério risco de acabar realizado o tal conjunto de textos.
Na realidade ele falou livro, mas acho que seria demais. Para tanto, precisaríamos de um orçamento muito maior e uma comissão mais representativa e atuante. De qualquer forma, vamos ver o que o grupo de trabalho executivo nos diz em sua suprema sabedoria. Antes de tudo porém, precisamos de um estatuto capaz de dar suporte jurídico à s discussões, de modo que as questões de ordem, sempre tão relevantes, possam ser apreciadas com base em um conjunto consistente de regras. No mundo moderno precisamos de regras. Sem elas, nossas reclamações perdem o sentido. Sem elas não vamos poder ficar nos acusando mutuamente do seu descumprimento.
Não sei. Estou inseguro. Talvez fosse mais fácil criar uma nova religião e ganhar uns trocados.
Mas vamos lá, não podemos fugir ao trabalho. Assim, na melhor tradição democrática eu nomeio a mim e a meu amigo Granitoff, como integrantes do colegiado decisor supremo (CDS) que homologará o estatuto de funcionamento do livro. As decisões colegiadas são muito mais eficientes, pois como demoram a ser tomadas, atrasam a execução das besteiras que inevitavelmente são decididas. Quanta bobagem se faz em nome da democracia e da gestão participativa.
Assim ficam em aberto para posterior decisão as seguintes questões:
Grupo I - do estatuto
a. Número de interações até dar por aceito um item do regulamento interno
b. Nome do regulamento interno. Opção I - Regulamento interno. Opção II - Regimento interno.
c. Quantas opções de nomes serão consideradas para a decisão do nome do regulamento interno.
Neste ponto seria importante solicitar ao egrégio colegiado a análise da seguinte questão de ordem: a citação insistente do termo Regulamento Interno não estaria induzindo à sua aceitação prévia, sem uma análise isenta das demais opções?.
Agora penso ser importante encerrar a sessão, de modo a que se dê oportunidade de reflexão sobre temas tão importantes e assim permitir a maximização dos resultados não só com eficiência, mas também com eficácia e com a objetividade que caracterizou todo este texto.
A próxima sessão será decidida pelo colegiado que convocará os participantes mediante citação nos três principais jornais do país. A contratação dos jornais, a bem da transparência orçamentaria, será decidida através de licitação. Assim, fica criada a comissão de licitação do grupo de trabalho para análise da possível escrita conjunta de um livro sobre a as peripécias discentes do Instituto de Eletrotécnica da egrégia Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande dos Sul no período 73/78, cuja sigla provisória é GTPAPECLPDELEENGUFRGS-73/78. A sigla definitiva será democrática e participativamente escolhida por comissão especial que criará um concurso nas escolas de segundo grau do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal. Já estava me esquecendo de que precisamos também de uma logomarca, capaz de marcar o público, despertando-o para a importància de nosso grupo de trabalho. Para isto, penso que seria melhor a contratação de artista plástico, sem licitação é claro. Ma isto só será possível após a obtenção de um verbinha pública de incentivo à cultura e à s artes. Mas para tanto, é necessário outro grupo de trabalho, para não confundir os objetivos e garantir a isenção do processo.
Após leitura tão longa e proveitosa, recomenda-se fibras.
