"Amor? Você fez `pum´? Fiz sim. Porque? É que foi lindo!". O amor é cego surdo, mudo, paralítico, e débil-mental. Principalmente após anos de convivência, onde os peidos noturnos já não mais incomodam, e muito menos os mais silenciosos, quentinhos e recém saídos do forno. Já não incomodam os arrotos as engasgadas com os gases estomacais surpreendentemente sonoros e graves. A liberdade é poder arrotar na mesa do jantar.
No início do namoro, e bem antes do casamento, o casal se anuncia príncipe e princesa. Prendem os gases noturnos e os matinais e descogestionam os gases estomacais pelo nariz. Correm pela casa seguidos por aquele peido silencioso e fedido, na esperança que não alcance o nariz alheio. Acendem incensos aromatizantes, que aumentam a incidência de dinheiro ao portador, o amor escondido, riqueza e saúde, ou sanidade espiritual. Não vejo nada contra o famigerado incenso, mas acredito que o incenso seja o primeiro passo pra maconha.
Pois, é quando, o casal acende o incenso, acende o baseado, e aproveita pra peidar descontroladamente todo o jantar do dia anterior. O pior de tudo é durante os passeios de carro, após as saídas do cinema, do teatro, ou dos jantares especialmente temperados a gosto do cliente. Novamente entram em cena, os velhos cigarros, a ventania através da janela recém aberta, ou as desculpas sobre o saneamento básico de certas regiões da cidade, que ficaram conhecidas como o Vale da Bosta.
Os arrotos são mais singelos, e ocorrem entre as refeições, e assim como os sábios árabes, que o fazem após as refeições. Pois, se for para imitar os árabes, que seja na mesa com o sogro e a sogra, e quem sabe de lambuja, todo o resto da família presenciando o momento sublime. Seja na estrada ou na mesa da sala de jantar, os arrotos sonoros são os melhores. Que graça têm os arrotos reprimidos, que escapam pelo nariz, borbulhando pela narina? Nenhuma! Não sei de vocês, mas gosto dos sonoros, mas sem muito feijão, por favor. Feio, ou não, é melhor saindo do que entrando.
Não importam os credos, nem as crenças, mas acontece que todo mundo peida, e também arrota. Nem que seja somente pra dentro, e estes não conhecem o prazer da liberação dos gases. Pois, enquanto um arrota, o outro peida, e é aí que está a beleza de tudo. "Não é lindo amor? É sim, benhê!".
