O sinal estava mais que aberto, não funcionava. E por isso mesmo, todos caminhavam num vai e vem ininterrupto com a determinação de alcançar um local ao pódio. Ao mesmo tempo, a platéia assistia ao espetáculo da multidão que ela própria produzia. Barulho, buzinas, carros na contramão e tudo em movimento sem previsão de parar e buscar o oxigênio necessário que permitisse a troca de ideias ou ilusões. Basicamente, a respiração era a ação sofrida por meio da ilusório que fazia viva o inexistencialismo crónico de um povo submetido ao vil metal. Tudo brilhava mas não existia, pois não respirava todas as ilusões inerentes à s humanidade sem contos, sem história. Havia muita ação junto ao processo de trocas ilusórias repetidas na ação do "existencialismo". Aplausos! Vamos em frente povo sem mente que mente na ação do existir conjugado apenas no presente que nada indica. Lá está o vil metal passando de mão em mão, enriquecendo o inexistir e submetendo-o aos infinitos e insondáveis, mas sutis NÃOS. Obras, concretos armados em vidas desarmadas, suscetíveis e desprotegidas pela vida mãe ausente indecente. O caos é o que existe. Tem vida, respira, inspira, suspira, chora, grita, eleva as mãos, faz os passos serem mais apressados com atropelamentos por toda a cidade a serem subnotificados. Ele segue. Continua o caminho sem saber ao certo quando partirá e se chegará ao alicerce que o mantém firme na ousadia de ter fé na humanidade.