Desde que comecei a me aventurar com as panelas, sempre fui questionada sobre quem me ensinou a cozinhar e, por muito tempo eu respondi que sempre fui curiosa e apreciava ver meus avós preparando alimentos.
Mas, essa sempre foi uma resposta rápida para o que suponho também não era a pergunta certa.
Nunca foi sobre quem me ensinou a mexer nas panelas. Era sobre quem me ensinou a importância da reunião ao redor da mesa e me mostrou quão pura e linda é a demonstração de amor através da comida.
Essa foto acima é minha avó por parte de pai, Dona Zélia, que é absurdamente amada por todos os familiares. É na casa dela que passamos todos os Natais. Onde toda a família se reúne, desde que me conheço por gente.
E isso nunca foi por ela ser uma pessoa que puxa o saco dos outros, ou por ser extrovertida e carismática. Pelo contrário, ela sempre foi muito contida.
Mas isso nunca diminuiu o tanto que todos gostam dela ou o carinho que tem pelos outros. O ponto é: a forma que esse afeto sempre foi demonstrado.
Ela pode não vir te encher de beijos e abraços o tempo todo, mas acorda a casa inteira às 7 horas da manhã, batendo bife para fazer à milanesa. E jamais se importou ou reclamou de passar horas no calor da churrasqueira preparando suas famosas tainhas assadas.
Hoje ela está ainda mais moderna. Passa horas no Pinterest (vocês precisam ver ela pronunciando essa palavra), para achar novas invenções de moda, para surpreender quando vamos visitá-la.
Então hoje eu entendo que sempre foi sobre isso, não só a comida, são declarações de amor, através dela. E sou muito grata de por ter tido um exemplo tão sincero durante toda minha vida.