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Cronicas-->Sanduíche cubano do delegado -- 01/04/2022 - 07:03 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Sanduíche cubano do delegado

Aroldo Arão de Medeiros

 

     Estava em dúvida sobre o título desta crônica. O personagem, ao invés de trabalhar, manda a filha, a esposa e o irmão meterem a mão na massa no seu lugar.  

     Eles são obrigados a atender ao delegado, meter a mão na massa, mesmo que a receita do dia não seja macarrão. Procurei o conceito de terceirizar e descobri que denota contratar outra empresa para realizar parte do trabalho da sua. Fui ver o significado de delegar e encontrei o seguinte: ato de mandar ou encaminhar alguma pessoa com autoridade ou poder para solucionar problemáticas ou assuntos em seu lugar. Combinaria melhor com o sentido desse relato. Usar a palavra delegar, não cabia direito, então resolvi usar a palavra delegado.

     O “delegado” tem entre suas especialidades o sanduíche cubano.  

     Ele usa: pães ciabatta (pão branco de origem italiana, cujo nome vem da palavra chinelo, em alusão ao seu formato achatado), presunto, queijo, pepinos em conserva, mostarda, manteiga, molho cubano (mistura de suco de laranja, suco de limão, cebola, alho e coentro ou salsinha). Acrescenta-se a esses ingredientes, o principal: pernil.  

     Esse, sim, um dos poucos componentes da receita em que ele coloca a mão.

     Ele deixa o pernil marinar no molho por 24 horas na geladeira.  

     Depois assa o pernil por quatro horas no forno, com cebolas embaixo e coberto com papel alumínio. Deixa esfriar para fatiar.

     No momento que inicia a preparação dos sanduíches, passa a ordenar: mulher fatie os pepinos, por favor. Se esquecer essas últimas palavras sabe que não será atendido. Filha, passe mostarda no pão e monte o sanduíche nesta ordem: 2 fatias de presunto, pernil, duas camadas de queijo, três fatias de pepino.

     Mano, passe manteiga por fora do pão e prense na sanduicheira até a crosta ficar crocante.

     Outro dia me confidenciou: ainda vou fazer um sanduíche com Pita.

     - O que é isso?

     - É o pão conhecido como pão árabe ou pão sírio. Não deixa de ser um pão de trigo, que pode ser recheado e consumido como sanduíche. Ou seja, farei igual ao cubano, porém o pão é o Pita.

     Na língua grega moderna, o sufixo “pita” aparece em muitas palavras que designam alimentos recheados, como kasseropita, pastel recheado de “kasseri”, um tipo de queijo (feito de leite de ovelha), tiropita, com queijo e ovo, ou spanakopita, recheada de espinafre.

     O pão pita é feito com levedura, normalmente ativada com uma pequena quantidade de açúcar, e pode ser redondo ou oval e de tamanho variável. No Brasil, o pão árabe é a base da receita do beirute: pão sírio, rosbife ou lagarto fatiado, queijo, alface, rodelas de tomate e um ovo frito.

     Eu que já viajei por essa imensa terra catarinense e conheço as culturas dos gringos do oeste, sugeri:

     - Por que não fazes o teu sanduíche com piadina (ou piada), que é um pão típico italiano. É um pão pobre de tipo ázimo (sem fermento e sem levedura), mas com o passar dos tempos, sua receita foi sendo enriquecida com outros ingredientes. Atualmente é um acompanhamento de vários pratos, podendo inclusive ser servido com lanches. Ele respondeu.

     - Isso mesmo, um dia irei inventar moda. Farei o sanduíche. Se não gostarem, pelo menos será uma “piada”, literalmente.

    Na hora de servir aos familiares, quem o montará? Quem, quem? Ele. Apenas para conseguir os aplausos e louros da vitória.

    Depois que mostrei a crônica para ele, disse que na próxima comida que preparar, não delegará ordens. Elaborará tudo sozinho e mostrará que sabe e pode realizar da melhor maneira possível, sem ajuda de ninguém.

 

 

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