Você, que é de minha geração, ou mesmo um tanto distante dela, é certamente familiar com aquela mais bela donzela que se fez na tela, e mesmo fora dela... Gente, com Brigitte no elenco, babariam até o Babenco, ou o Luigi Tenco... E a lembrança impactante daquela loira permanece, jaz, não fenece, e quiçá, pourquoi pas, ainda espermanece...com o olhar de toda humanidade e desumanidade sempre à espreita, que jamais se ajeita ou se deita... sequiosa de tão perfeita receita...
E fomos colegas de classe...pode isso? Em meu tempo, pôde, com esse ozinho bem fechado. Não compartilhávamos banco escolar, merenda, ou sequer um olhar: eu, por pavor de ser pilhado em flagrante, e ela, por nada, nem o bastante nem o obstante. Afinal ela vivia sua doirada e deslumbrante precoce-adolescência, e eu, como a mor parte de nossos colegas, nem ao menos teen, nem tchum...éramos, os garotos, principalmente, pelo menos um palmo abaixo de suas loiríssimas madeixas....
Mas era a Brigitte sim, embora na chamada respondesse por Maria da Conceição, mas quem lá de fora se daria conta dessa pequena e escolástica discrepância...? Ainda naquele tempo, albores dos anos 60, fase áurea da filmografia francesa, eu soube, e não duvido que toda a torcida do Flamengo, e do Flu, vá lá, também sabia que aqui, logo em Pitangui, uma Brigitte também existia, e era até mais esguia, e virginal por igual..., como a original, a ponto de, vejam só, até jovens seminaristas aqui chegavam de outras plagas, só para desfrutarem aquele prazer incomensurável de manterem um olho na miss, e outro no vigário...
Coisa de uns sete anos passados agora, assim que voltei a residir em Belo Horizonte, contatei por telefone - o fixo ainda existia, idem as listas telefônicas ... - nossa antiga mestra, Dona Aparecida, já então octogenária, mas de prodigiosa memória que, com um entusiasmo quase juvenil, repassou como os tiques e toques, toda a classe, diplomada em 1961 pelo Grupo Escolar Professor José Valadares e, naturalmente mais se demorou na descrição e quase discrição dos dotes de Brigitte... afinal, se nem ela esqueceu, por quê então, logo eu...?
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